Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Reajuste de salários já preocupa ministro da Fazenda

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Sábado, 12 de Abril de 2003 às 06:14, por: CdB

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, manifestou preocupação com o aumento de 10% concedido a título de antecipação salarial por várias empresas metalúrgicas de São Paulo. O temor de Palocci é de outras categorias seguirem o exemplo dos metalúrgicos paulistas e isso representar a volta da inércia inflacionária. No acordo, os metalúrgicos paulistas conseguiram o repasse da inflação passada do período de novembro de 2002 a fevereiro deste ano. O assunto já foi tema de discussão no Palácio do Planalto e o governo deverá pedir ao Ministério do Trabalho para ficar mais atento às negociações salariais. O objetivo é evitar a reprodução em outras categorias do que ocorreu com os metalúrgicos paulistas. Pessoas do núcleo duro do governo petista acha m que houve uma certa passividade do ministro do Trabalho, Jacques Wagner, nesse caso da negociação salarial dos metalúrgicos paulistas. O governo irá discutir, nos próximos dias, formas para que os Ministérios da Fazenda e do Trabalho tenham atuação de forma mais articulada para evitar o descompasso que houve nesse caso. A equipe econômica do governo Lula acha que o Ministério do Trabalho deveria ter sido mais atuante na negociação salarial dos metalúrgicos. Sem participação Procurada, a assessoria de Jacques Wagner informou que o Ministério do Trabalho não ficou desatento à negociação salarial dos metalúrgicos paulistas. De acordo com a assessoria de Wagner, o que ocorreu foi que a Força Sindical, ligada aos metalúrgicos paulistas, não quis a participação do Ministério do Trabalho na negociação. O Banco Central também ficou incomodado com o acordo salarial dos metalúrgicos paulistas. O reajuste pode ser mais um fator de manutenção da política de restrição monetária. O receio do Banco Central é de a propagação de acordos salariais como esses provocarem uma bolha inflacionária na economia. Pelo diagnóstico de membros da equipe econômica, pode-se prever que dificilmente o Banco Central irá diminuir os juros na próxima reunião do Copom. A tendência é de manutenção ou até aumento dos juros básicos da economia, atualmente em 26,5% ao ano. A taxa de 1,23% da inflação de março medida pelo IPCA demonstra claramente, na opinião da equipe econômica, que ainda não cessou o o repasse de preços provocado pela explosão do dólar no ano passado.

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