Autor do ataque de Würzburg era um refugiado adolescente que chegou desacompanhado ao país. Especialistas alertam que menores são especialmente vulneráveis à radicalização
Por Redação, com DW - de Berlim: Poucos detalhes são conhecidos sobre o jovem que feriu gravemente quatro pessoas em um trem perto de Würzburg na noite da última segunda-feira. De acordo com o secretário do Interior do estado da Baviera, Joachim Herrmann, ele era um requerente de asilo de 17 anos de idade, vindo do Afeganistão, e que vivia na área de Würzburg desde março de 2015 – primeiramente em um abrigo e mais recentemente com uma família. Herrmann também disse em entrevista coletiva nesta terça-feira ainda não haver indicação de uma ligação direta entre o jovem e o "Estado Islâmico" (EI). Ele pode ser jurado fidelidade ao grupo de forma independente: a polícia encontrou em seu quarto uma bandeira do EI "pintada à mão", juntamente com um texto escrito em pachto sugerindo, como afirmou Herrmann, "que este pode ter sido o caso de alguém que se radicalizou recentemente". Mas o fato de não haver ligação direta com o autor do ataque não impediu que o EI reivindicasse a responsabilidade pelo ataque, como a milícia islâmica já fez em relação aos atentados recentes em Orlando e Nice. Recrutamento de refugiados Radicalização entre refugiados não é um problema novo. A agência de segurança interna da Alemanha (BfV, na sigla em alemão) advertiu no ano passado que refugiados poderiam ser alvo de "salafistas", termo da agência para os muçulmanos que pregam uma versão ultraconservadora do islã, embora, na prática, muitos se distanciem do EI. Julia Reinelt, chefe do departamento de assuntos internacionais da Violence Prevention Network (VPN), ONG alemã especializada em prevenção a extremismo e desradicalização de extremistas, concorda que isso aconteça. "Há certamente tentativas de recrutamento [por salafistas], além daquelas registradas pelo BfV", avalia, em entrevista à DW. Meyer Husamuddin, imã que trabalha em projetos de desradicalização na cidade de Wiesbaden, também acredita que jovens refugiados não acompanhados podem ser vulneráveis à radicalização. "Alguns deles estão em uma situação psicológica difícil, porque seus pais muitas vezes ainda estão em perigo, e talvez as coisas não estejam indo tão bem por aqui", comenta. "Então, pode acontecer que um ou dois deles se tornem uma vítima perfeita para aqueles que querem manipulá-los." E Husamuddin também observa que os muçulmanos radicais "descobriram que há certas pessoas que são mais fáceis de provocar para que façam determinadas coisas". "Minha impressão no momento é que as redes que tentam recrutar para o Estado Islâmico estão enfraquecidas", acrescentou. "Mas acredito que eles queiram recrutar."Radicalização de jovens refugiados preocupa Alemanha
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Quarta, 20 de Julho de 2016 às 08:42, por: CdB