Que venham Angras 4, 5, 6, 7 e 8
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Terça, 17 de Fevereiro de 2015 às 13:00, por: CdB
Sim, pelo acordo original com o governo alemão, o Brasil construiria oito usinas nucleares Angras para suprir suas necessidades de energia.
Entretanto, nem temos ainda Angra 3, cuja inauguração está agora prevista apenas para 2018.
O Brasil precisa de energia para se desenvolver e a energia nuclear será uma parte importantíssima de nosso progresso, juntamente com a energia de hidrelétricas, como Belo Monte, e energia de fontes alternativas, como a eólica e a solar.
O Brasil é muito rico em capacidade hidráulica, eólica e solar. A energia hidroelétrica já nem pode ser considerada alternativa, por ser de há muito costumeira, e todas as três são renováveis.
A necessidade se torna maior porque o mundo vai, mesmo contra o desejo do Brasil e seus planos com o petróleo do pré-sal, abandonar aos poucos a energia de combustíveis fósseis.
Isto se tornou mais claro depois que Barack Obama e Xi Jinping firmaram nos últimos meses um acordo para que Estados Unidos e China progressivamente defasem os combustíveis que produzem os gases do efeito-estufa, como o carvão e o petróleo.
Consta que a razão do adiamento da inauguração de Angra-3 é necessidade de equipá-la com controles digitais que a tornem mais moderna.
É o caso de perguntar se não teria sido melhor finalizar a construção de Angra-3 e passar em seguida para a construção de Angra-4 dentro da nova tecnologia..
É claro que o Green Peace vai continuar a se opor à construção de usinas nucleares e a de hidroelétricas como Belo Monte.
Quanto a hidrelétricas, é errado opor-se a elas com argumentos de proteção ao meio-ambiente. Quem não se lembra que os mesmos argumentos foram usados quando da construção de Itaipu?
Onde o Brasil estaria hoje, sem Itaipu.?
E em relação a usinas nucleares, basta ver o número das que operam em países como os Estados Unidos, a França e o Reino Unido, sem problemas de segurança.
Os que ocorreram no passado, como Three Mile Island, nos Estados Unidos, foram superados com a adoção de normas de segurança.
Com a aproximação da Conferência da ONU, em Paris, sobre aquecimento global, está na hora do Brasil se convencer de que a defasagem dos combustíveis fósseis vai se acelerar e se preparar para um futuro em que a energia nuclear, a hidrelétrica, a eólica e a solar serão cada vez mais importantes.
José Inácio Werneck, jornalista e escritor, trabalhou no Jornal do Brasil e na BBC, em Londres. Colaborou com jornais brasileiros e estrangeiros. Cobriu Jogos Olímpicos e Copas do Mundo no exterior. Foi locutor, comentarista, colunista e supervisor da ESPN Internacional e ESPN do Brasil. Colabora com a Gazeta Esportiva. Escreveu Com Esperança no Coração sobre emigrantes brasileiros nos EUA e Sabor de Mar. É intérprete judicial em Bristol, no Connecticut, EUA, onde vive.
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