Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Quase mil policiais fazem operação na Rocinha e Vidigal

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Segunda, 12 de Abril de 2004 às 06:57, por: CdB

A partir das 8h desta segunda-feira, 900 policiais militares e 90 policiais civis estarão atuando, diariamente e por tempo indeterminado, no combate ao tráfico de drogas na Rocinha e no Morro do Vidigal, Zona Sul do Rio. O efetivo da PM será dividido em três turnos.

Serão empregados contingentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Grupamento Aeromarítimo (GAM), Grupamento Especial Tático-Móvel (Getam), Grupamento Tático de Motociclistas (GTM), Companhia de Cães, Batalhão Florestal, 23º BPM (Leblon), 19º BPM (Copacabana), 2º BPM (Botafogo) e 31º BPM (Recreio).

A Polícia Civil continuará atuando com a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). O esquema de policiamento continuará incluindo o reforço da segurança nas vias de acesso à Rocinha e ao Vidigal.

No último final de semana, moradores da Rocinha abandonaram suas casas com a guerra entre traficantes, que resultou em pelo menos seis mortes. Um deles era o bicampeão carioca de skate Wellington Silva, que foi morto por traficantes na Rocinha e teve seu corpo enterrado neste domingo no cemitério São João Batista, em Botafogo. Telma Veloso Pinto, de 38 anos, foi atingida com um tiro de fuzil e morreu ao lado do marido, enquanto passava por São Conrado. Eles foram abordados em uma falsa blitz e ela tentou fugir. Telma morava há três meses no Rio e deixou um filho de sete anos.

Famílias inteiras abandonaram suas casas no alto do morro, onde os confrontos são maiores. Segundo a PM, cerca de 60 bandidos que invadiram o morro na sexta-feira à noite estão escondidos nas matas da favela e podem ser capturados a qualquer momento. O secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho, cancelou sua folga em Angra dos Reis e voltou ao Rio. Ele sobrevoou a Rocinha e, ao lado do chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, tentou tranqüilizar os moradores.

Ponto estratégico na Zona Sul do Rio, a Rocinha fica no caminho para a Barra da Tijuca e é o mais privilegiado ponto de vendas de drogas da capital. Segundo a PM, as bocas-de-fumo arrecadam, por mês, R$ 10 milhões, e contam até com um disque-droga, em que motoqueiros entregam os entorpecentes em festas e apartamentos.

O morro é controlado por um bandido da facção Comando Vermelho, mas que atualmente não está ligado ao grupo. A fação criminosa tenta, há algum tempo, retomar o morro e os pontos, sem sucesso.
 
 

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