Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Putin concede 48 horas aos militantes do Daesh para deixar Aleppo

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Quarta, 02 de Novembro de 2016 às 14:47, por: CdB

Civis, doentes e feridos poderão partir por meio de seis outros corredores, informou a pasta. O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a pausa nos combates "para evitar vítimas sem sentido", disse o ministério

 

Por Redação, com Sputniknews - de Damasco

 

A Rússia orientou nesta quarta-feira os rebeldes sírios antigoverno entrincheirados em Aleppo a deixarem a cidade. Eles têm até sexta-feira. Assim, a força aérea russa sinaliza que ampliará a moratória nos ataques aéreos contra alvos na cidade.

mossul.jpgIntegrantes de milícias iraquianas participam do assalto a Mossul, onde a mídia prefere não comparecer. Diferentemente, de Aleppo sob o comando de Putin

O Ministério da Defesa russo ajuda as forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad. O país tenta retomar o controle total de Aleppo. A oferta garante que os rebeldes terão permissão de sair da cidade ilesos e com suas armas. Mas, desde que saiam entre 9h e 19h (horário local) no dia 4 de novembro, através de dois corredores especiais.

Civis, doentes e feridos poderão partir por meio de seis outros corredores, informou a pasta. O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a pausa nos combates "para evitar vítimas sem sentido", disse o ministério. As autoridades sírias farão com que as tropas recuem dos dois corredores designados para os rebeldes.

Pesadas baixas

Todas as tentativas dos militantes em furar o bloqueio da cidade síria de Aleppo foram infrutíferas. Os insurgentes sofreram baixas pesadas. A fonte da informação é o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Rússia, general de exército Valery Gerasimov.

— Todas as tentativas de militantes para romper o cerco da cidade síria de Aleppo têm sido infrutíferas, os insurgentes sofreram baixas pesadas em recursos humanos, armamento e equipamento militar. Eles não têm qualquer capacidade para escapar da cidade — garantiu Gerasimov.

O general russo, sob o comando de Putin, considerou a incapacidade dos EUA em separar os terroristas da oposição. Assim, o Ministério da Defesa russo apela diretamente aos líderes de grupos armados para abandonar a cidade.

— Vendo a incapacidade dos nossos colegas norte-americanos para separar os combatentes do Daesh e aqueles da oposição, nos dirigimos diretamente a todos os líderes dos grupos armados para cessarem todas as hostilidades. Devem se retirem de Aleppo com as suas armas. Para isso foram abertos dois corredores, que serão desimpedidos de todas as tropas e material do governo — disse Gerasimov.

Segundo Gerasimov, um corredor está aberto para prosseguirem até à fronteira sírio-turca. O segundo, para Idlib. Ele também adicionou que os outros seis corredores se destinam à saída de civis e à evacuação de doentes e feridos. O Centro Russo de Reconciliação e as tropas governamentais irão assegurar a saída de Aleppo dos grupos armados e dos civis.

Mossul e Aleppo

Ainda nesta quarta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia comentou as declarações do porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby, sobre as diferenças fundamentais entre as operações militares nas cidades de Mossul, no Iraque, e Aleppo, na Síria, ambas ocupadas pelo grupo radical islâmico Daesh (Estado Islâmico).

— Diferenças drásticas entre a situação na cidade síria de Aleppo e a ofensiva contra a cidade iraquiana de Mossul realmente existem. E nós estamos dispostos a expô-las de forma concreta ao almirante John Kirby – disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo major-general Igor Konashenkov. Ele destacou que, diferente de Aleppo, onde a Força Aérea da Rússia cessou por completo suas missões há mais de duas semanas.

Mossul continua sendo diariamente atacada pelos bombardeiros estratégicos B-52H e pelos aviões F/A-18 e Rafale-M a partir dos porta-aviões Dwight Eisenhower e Charles de Gaulle. Apenas nas últimas 24 horas, segundo ele, aeronaves da coalizão internacional liderada pelos EUA realizaram 25 voos e 21 ataques contra Mossul e seus arredores.

Comando de Putin

Além disso, de acordo com Konashenkov, em Aleppo, a Rússia e as autoridades sírias organizaram seis corredores humanitários para permitir a saída da população civil, que gostaria de deixar a cidade, mas é impedida por ações e ameaças por parte de extremistas.

— Em Mossul, nós soubemos sobre uma "ofensiva" contra bairros residenciais por vir, com prováveis consequências drásticas e vítimas entre a população civil – disse Koonashenkov. Ele destaca que, até agora, ninguém falou em corredores humanitários. É como se essa enorme cidade de mais de um milhão de habitantes estivesse povoada "apenas por terroristas”, disse. Ainda segundo o porta-voz russo, em Aleppo, continuam funcionando dois outros corredores, que permitem a saída de combatentes.

Bombardeio sem mídia

Coalizão norte-americana bombardeou Mossul 21 vezes em 24 horas e seus armamentos para outras regiões da Síria. Enquanto que, em Mossul, a coalizão fala em cerco fechado à cidade. Por fim, nas palavras de Konashenkov, Aleppo conta com a presença de jornalistas, representantes da ONU, do Crescente Vermelho e de outras organizações internacionais.

— Enquanto que, em Mossul, por circunstâncias estranhas, não há nem jornalistas, nem ativistas, nem voluntários de organizações internacionais. Não tem ninguém – explicou.

Ele destacou, que, em Mossul, as mídias norte-americanas e europeias podem se contentar somente com "relatórios sobre êxitos mirabolantes da coalizão, não confirmados por imagens reais, e da grande vitória por vir sobre os terroristas".

— E, depois disso, John Kirby, insultado, declara que, diferente de Aleppo, a operação em mossul está sendo realizada em estrita conformidade com o Direito Humanitário Internacional? – conclui Konashenkov.

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