Paraíso
Para quem pensa que a China é o novo paraíso na Terra, é bom lembrar que este ano o governo de Pequim fechou 79 jornais e 169 revistas, para "purificar" o mercado cultural. É mais um golpe que confirma a implacável perseguição aos jornalistas. Três deles foram condenados recentemente após denunciar um confisco ilegal de terras. É a democracia à moda chinesa.
Espetáculo
O desemprego voltou a crescer em julho, atingindo o maior índice em 15 meses. De acordo com o IBGE, nas seis regiões metropolitanas do País (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) o índice de desemprego no mês passado foi de 10,7%, ante 10,4% em junho. No mesmo período do ano passado, a taxa estava em 9,4%. A pesquisa revelou, também, que caiu o rendimento médio real dos trabalhadores. Deve ser efeito do tal espetáculo do crescimento, tão prometido e jamais visto.
Palavras...
A própria Receita Federal informa que a carga tributária brasileira em 2005 foi de 37,37% do PIB ante 35,88% em 2004. Também conforme a Receita, em 2005 a carga tributária ficou 1,76 ponto porcentual acima da registrada em 2002, na gestão FHC, que foi de 35,61%. E ainda houve quem acreditasse na promessa de Lula, de que jamais iria elevar a carga tributária. Palavras, como dizia Camões, o vento leva.
Inércia oficial
Depois de anos e anos de omissão, o Contran solicitou ao Inmetro normas para homologar medidores da transparência dos vidros de carros. A lei determina que o filme permita 75% de visibilidade no pára-brisa, 70% nos vidros laterais e 50% no traseiro. Agora, vamos esperar mais alguns anos até sair a regulamentação. Depois, mais outros anos, até haver fiscalização.
Ex-planeta
Os cientistas vivem a nos surpreender. Cada dia é uma novidade. É inaceitável essa estória de a União Astronômica Internacional rebaixar Plutão, que virou apenas mais um planeta anão, tipo Xena e Ceres, que antigamente era considerado um asteróide. Os especialistas em astrologia estão inconsoláveis. Como não é mais planeta, Plutão agora deixará de influenciar nossos destinos.
Caixa-preta
O projeto mais importante dos últimos tempos está parado na Câmara Federal. Destina-se a colocar os fundos de pensão sob crivo permanente do Ministério Público. É um passo gigantesco para moralizar essas entidades, que movimentam cerca de R$ 300 bilhões/ano. São uma espécie de caixa-preta, sem a necessária transparência. Compreensivelmente, o projeto não anda.