Os pubs ingleses foram libertados dos rígidos horários de funcionamento há cerca de seis semanas, mas quase nenhum deles quer se aventurar nas baladas pouco conhecidas com 24 horas de duração.
Desde 7 de fevereiro, os pubs e clubes podem, devido a novas leis, requisitar licença para ficarem abertos o tempo todo.
O objetivo é tentar reduzir os crescentes problemas britânicos com a violência alimentada pelo álcool, introduzindo hábitos de beber mais flexíveis e ao estilo da Europa Continental.
Os oponentes, porém, afirmam que permitir a bebida por 24 horas simplesmente pioraria uma situação que já é ruim, especialmente nas noites de sexta-feira e sábado. A polícia de várias grandes cidades também manifestou preocupação.
Agora as autoridades locais de toda a Inglaterra e País de Gales revelaram como é pequeno o número de bares que querem permanecer abertos o tempo todo.
Em Liverpool, Manchester, Brighton, Swansea, Birmingham, Nottingham e Newcastle, não foram enviadas nem uma única requisição de extensão dos atuais horários de abertura. Cardiff recebeu oito e Bristol, apenas duas.
Em Londres, apenas seis locais no bairro de Westminster, no centro da cidade, pediram para aumentar o horário de funcionamento e não houve nenhuma requisição nos bairros de Lambeth, Islington, Kensington-Chelsea e Camden.
Mike Bell, dono do pub Portobello Gold, no badalado distrito de Notting Hill, na capital, disse que o interesse em abrir por 24 horas nunca existiu.
"Ninguém vai pedir as licenças", disse ele. "Nunca houve chance de isso acontecer."
"Isto é apenas um ... monte de bobagem. Todos vão até as 0h30 ou 1h da madrugada, pois não há necessidade de mais que isso. Somos todos humanos -- ninguém nunca quis beber 24 horas."
O porta-voz da Associação Britânica de Cerveja e Pub, Mark Hastings, disse que o máximo de extensão que os donos devem pedir será até as 2h.
Ficar aberto até mais tarde seria "totalmente antieconômico", afirmou. "Não há fregueses. Você estaria perdendo dinheiro rapidamente."
Uma porta-voz do Departamento de Cultura, Mídia e Esportes negou que os donos não tenham interesse em abrir 24 horas.
"Não esperávamos muita gente mesmo", disse ela. "Trata-se de flexibilizar os horários e de se livrar de situações que podem desencadear a violência relativa a álcool -- de uma ou duas horas extras e de dar às pessoas responsáveis a liberdade de escolher como gastar seu tempo de lazer."