Ao manterem a decisão de renunciar às cadeiras que ocupavam no Conselho de Ética da Câmara, os deputados do recém-fundado Partido do Socialismo e da Liberdade (PSol) Chico Alencar (RJ) e Orlando Fantazzini (SP) abriram vaga para dois parlamentares do PT. Com isso, o partido do governo recupera seu poder de fogo na defesa dos parlamentares que ainda serão julgados por possíveis irregularidades cometidas no cumprimento do mandato. O PT havia perdido as cadeiras quando Chico Alencar e Fantazzini migraram para o PSOL.
Os verdadeiros beneficiados com as recentes mudanças, no entanto, não serão os parlamentares petistas, que já foram julgados no Conselho, e sim os deputados Vadão Gomes (PP-SP) e José Janene (PP-PR). Eles enfrentarão um colegiado mais ameno do que aquele formado pelos parlamentares socialistas que se decidiram pela renúncia. Os conselheiros são eleitos para mandatos de dois anos e o PT não conseguiu reaver as vagas quando Alencar e Fantazzini migraram para o PSol, no ano passado. Dos seis petistas condenados no Conselho, apenas José Dirceu (SP) foi cassado pelo Plenário da Câmara. José Mentor (SP) vai a julgamento pelo coletivo da Câmara ainda este mês.
O PPS também vai recuperar uma vaga perdida com a migração do deputado Júlio Delgado para o PSB de Minas Gerais. Perde o governo, pois o partido presidido por Roberto Freire (PPS-PE) é um dos mais duros opositores ao governo Lula. O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), chegou a fazer um apelo a Delgado e aos demais parlamentares que terminaram saindo do Conselho.