Com o peso da responsabilidade de ser uma das maiores esperanças de medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas e com dores no joelho, a ginasta Daiane dos Santos é um dos principais alvos do psicólogo da delegação brasileira, Dietmar Martin.
-A partir de agora hoje sou o responsável por dar ajuda e ofereci tratamento para todos os atletas. Estou pensando em fazer um contato com a Daiane, mas a decisão é dela e do técnico (Oleg Ostapenko) - explicou o psicólogo, que é alemão.
- A Daiane precisa ter uma blindagem para pressão. No esporte individual o nível de estresse e ansiedade é superior (em relação aos esportes coletivos)", completou o presidente da Associação Brasileira de Psicologia de Esporte.
Daiane tentará uma medalha no solo, prova para a qual criou dois saltos novos e é campeã mundial. Se ela conseguir o ouro, será a primeira medalha individual de uma mulher brasileira em Olimpíadas.
A ajuda que Martin pretende oferecer a Daiane e a todos os atletas é um trabalho com técnicas de relaxamento e respiração, métodos que são os seus preferidos para um curto período de tempo, como acontece durante os Jogos.
- São técnicas simples que eles podem adquirir rápido. Atletas têm que aprender a lidar com a pressão - disse Martin, que não gosta de palestras motivacionais e prefere métodos de concentração e mentalização.
Martin já montou sua sala na Vila Olímpica para atender os brasileiros, mas mesmo assim conta com a ajuda de outros profissionais, como os fisioterapeutas.
-Temos um atendimento multidisciplinar, com dentista, fisioterapeuta, médicos, que são meus aliados. A Daiane está no departamento médico e o fisioterapeuta explica técnicas de relaxamento. Na fase da dor, o fisioterapeuta tem uma função importante.
Para ele, um exemplo de preparação é o vôlei, em que o trabalho é preventivo.
-As categorias de base já têm um trabalho psicológico, e quando os atletas chegam na seleção principal já sabem como lidar melhor - explicou ele, destacando o trabalho do técnico da seleção masculina, Bernardinho, e feminina, José Roberto Guimarães.
- Mas existem técnicos que não acreditam na preparação psicológica, que são onipresentes. Os tempos mudaram - explicou