Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Produtos siderúrgicos e combustíveis pressionam IGP-DI

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Terça, 09 de Novembro de 2004 às 18:18, por: CdB

A inflação pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou ligeiramente em outubro, pressionada pela alta de produtos siderúrgicos e pelo reajuste de combustíveis. Já os preços dos alimentos continuaram em queda.

O IGP-DI subiu 0,53 % em outubro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) na terça-feira, acima da alta de 0,48 % em setembro e em linha com a previsão média de economistas ouvidos pela Reuters de 0,54 %.

Salomão Quadros, economista da FGV, disse que a fase de desaceleração da inflação vista recentemente já terminou e que a tendência agora é que os índices IGPs fiquem perto do variação de outubro.

"Estamos tendo um choque adverso em termos de inflação nos bens intermediários devido aos insumos industriais (siderúrgicos)", afirmou ele.

"Se de um lado há a pressão de insumos industriais, de outro as matérias-primas agrícolas (alimentos in natura) estão suavizando essa pressão.

Entre os componentes do IGP-DI, o Índice de Preços no Atacado (IPA) avançou 0,61 por cento em outubro, ante a alta de 0,65 % no mês anterior.

O IPA agrícola caiu 2,73 % em outubro, contra queda de 0,64 % no mês anterior.

O IPA industrial subiu 1,83 % , acima da elevação de 1,13 % em setembro. O grupo aço e derivados teve alta de 7,38 % , contra a de 2,88 % em setembro.

"A indústria está recebendo influência de fora... estamos sofrendo influência negativa do petróleo e da alta do aço no mercado internacional", afirmou Quadros.

O Índice de Preços ao Consumidor teve elevação de 0,10% , contra 0,01 % em setembro. Segundo Quadros, esse não é o patamar "normal" do IPC, que costuma ficar mais próximo de 0,4 %, uma indicação de que o indicador deve subir à frente.

O núcleo da inflação aproximou-se desse patamar, subindo 0,43 % em outubro contra 0,38 % em setembro.

O grupo Transportes foi a maior pressão, com avanço de 0,88 %.

A gasolina aumentou 1,9%  em outubro, contribuindo com 0,06 ponto percentual para a taxa do IPC. O álcool combustível aumentou 4,97 %, com contribuição de 0,02 ponto.

Quadros ressaltou que o aumento da gasolina concedido pela Petrobras em 15 de outubro não foi todo absorvido e portanto deve haver maior pressão de combustíveis à frente.

Os alimentos no varejo caíram menos, em 0,78 % ante 1,05 % em setembro.

O Índice Nacional da Custo da Construção (INCC) subiu 1,19 %, ante 0,58 %no mês anterior.

No ano, o IGP-DI acumula alta de 10,65 % e nos últimos 12 meses, de 11,85 %.

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