O secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Fábio Trigueirinho, rebateu as críticas feitas por ambientalistas de que a monocultura provoca impactos ambientais e que avança agora para a floresta amazônica. De acordo com Trigueirinho, os produtores brasileiros de soja passaram por um longo "processo de aprendizagem" e, por isso, não repetem mais os erros cometidos quando começaram no Rio Grande do Sul. Ele assegura que os produtores estão hoje "num estágio de bastante integração com o meio ambiente" e que existe "consenso nos aspectos da conservação do solo" lembrando ainda que ele é "o maior bem onde o produtor tem que investir pesado na correção antes dos primeiros plantios".
O secretário da Abiove advertiu os ambientalistas para que também busquem o que classificou de "equilíbrio" entre os três pilares que sustentam a produção de soja no Brasil. Segundo ele, é preciso manter os aspectos "sociais, econômicos e ambientais" que a soja proporciona. Ele citou os US$ 10 bilhões que o complexo soja (farelo, óleo e grãos) trouxe para o Brasil, no ano passado, transformando o país no maior exportador mundial e no segundo produtor, atrás dos Estados Unidos.
Sobre o avanço da soja em direção à floresta amazônica, Fábio Trigueirinho rebateu as acusações dizendo que "não correspondem à realidade", mas aceitou que existem "casos isolados, em escala relativamente pequena, de plantio de soja em áreas de floresta". Ele citou dados do governo que garantem que a cultura da soja ocupa apenas 1,2% da área da Amazônia Legal, formada por nove estados. Lembrou que 30% da área amazônica são de cerrado, onde ele defendeu o aumento do plantio de soja e outros produtos agrícolas.
O secretário-geral da Abiove rebateu também a crítica de que os produtores de soja não teriam interesse em comprar terras e por isso estariam usando os pecuaristas na Amazônia para seguirem na frente, devastando a floresta. Ele explicou que o produtor de soja precisa investir pesado na correção do solo e por isso não interessa a ele, por exemplo, comprar terras na Amazônia onde, segundo afirmou, "mais de 50% não tem documentação de propriedade". Por isso, ele aconselha uma ocupação "racional" na região a fim de se evitar 'muita ocupação desenfreada".