Presidente ucraniano afirma que Rússia retirou maior parte de suas forças do leste
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Quarta, 10 de Setembro de 2014 às 08:00, por: CdB
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse nesta quarta-feira que a Rússia retirou para território russo a maior parte de suas forças que, segundo ele afirmou, estavam do lado ucraniano, o que eleva a esperança para o processo de paz.
O governo russo nega ter enviado soldados para o leste da Ucrânia em apoio aos separatistas pró-Rússia que combatem as forças do governo ucraniano na região, apesar de a Ucrânia e o Ocidente afirmarem que há esmagadora evidência do contrário. A Rússia também nega ter armado os separatistas.
- De acordo com a última informação que recebemos de nossa inteligência, 70 % das forças russas foram retiradas para o outro lado da fronteira - disse Poroshenko em um encontro governamental.
- Isso fortalece ainda mais nossa esperança de que as iniciativas de paz têm boa perspectiva.
Concessões a rebeldes
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, sinalizou nesta quarta-feira que está disposto a conceder certo grau de autonomia a regiões controladas pelos rebeldes no leste do país, mas não especificou detalhes. Ele anunciou que, ainda na próxima semana, enviará um projeto de lei sobre "autonomia temporária a distritos individuais nas regiões de Donetsk e Lugansk" ao Parlamento.
Poroshenko descartou com veemência, porém, a ideia de federalização e reiterou a integridade territorial da Ucrânia. "Não há nem pode haver conversações sobre federalização ou algum tipo de separação (territorial)", afirmou o presidente durante uma reunião de governo.
Ele reiterou que o acordo de paz assinado em Minsk na semana passada assegura que a Ucrânia é um Estado soberano e unificado dentro de suas atuais fronteiras. Isso vale também para as regiões controladas pelos rebeldes.
O presidente ucraniano não detalhou seu projeto de lei, mas um plano apresentado em junho incluía a proteção de língua russa, patrulhas conjuntas da polícia local e federal e a submissão de governantes à aprovação de representantes locais.
Essas concessões não são nada perto do que os rebeldes exigem. Eles buscam a total independência de Kiev, mas mesmo a proposta menos radical de federalização implica segurança própria e eleições para governantes.
Poroshenko também reconheceu dificuldades na manutenção do cessar-fogo, iniciado na última sexta-feira, mas creditou isso a provocações de "terroristas". Ele disse ainda que, de acordo com informações do serviço secreto ucraniano, cerca de 70% das tropas russas deixaram a Ucrânia desde o início da trégua, o que favorece os esforços de paz.
Apesar de vários indícios contrários, a Rússia nega estar apoiando os separatistas com armas e pessoal.