Apontado pela torcida como um dos responsáveis pela queda e pela crise do futebol do Atlético-MG, que se arrasta há pelo menos cinco anos, tempo que coincide com os anos em que o time está sem ganhar título, o presidente do clube, Ricardo Guimarães, não foi visto no vestiário do time.
O futuro da equipe não foi comentado pela diretoria.
O ano de 2005 para Ricardo Guimarães tem sido uma tragédia. Além de entrar para a história do clube como o presidente em cujo mandato tirou o Atlético da principal divisão do Campeonato Brasileiro, ele está às voltas com o escândalo político do "mensalão".
Guimarães é o presidente do banco BMG, instituição financeira que fez empréstimos para o PT e para o empresário Marcos Valério de Souza.
Em setembro, quando a campanha do time já anunciava o rebaixamento, Guimarães jogou a toalha ao anunciar que deixaria a presidência do Atlético-MG no final deste ano, antecipando em um ano o fim de seu mandato.
Mas, para surpresa de muitos atleticanos, ele voltou atrás na semana passada. Por meio da assessoria de imprensa do clube, disse que fica.
No abatido vestiário do Atlético-MG, apenas um diretor esteve presente, mas não quis falar. Coube ao treinador Lori Sandri, que deve ser mantido para 2006, falar sobre o futuro.
- Esse clube não vai morrer, pelo contrário, vai ficar muito mais forte - disse o treinador.
Sandri afirmou que, "com dinheiro ou sem dinheiro" -referência à dívida de R$ 150 milhões do clube-, dirigentes, oposição e comissão técnica terão que sentar juntos e fazer um planejamento, a partir da base formada por garotos, que atuou nos últimos jogos.
- Há condições de se fazer um grande time para voltar [à série A] no ano que vem. É o momento de todos se unirem e fazer um grande time, com determinação e raça - declarou.