O presidente da Viação Aérea Rio-Grandense (Varig), Carlos Luiz Martins, defendeu nesta quarta-feira um "encontro de contas" entre o governo federal e a empresa para resolver o problema financeiro da Varig.
- A maior parte da nossa dívida é com o governo. Por isso, acho o encontro de contas uma solução viável para resolver o problema da Varig. Tenho buscado e continuarei buscando pelo tempo que for necessário esta idéia - afirmou Carlos Martins ao deixar o Palácio do Planalto, após encontro com o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo.
Martins explicou que a negocição seria a melhor alternativa porque o governo, de acordo com decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em dezembro, terá que indenizar a Varig em mais de R$ 2 bilhões em função da defasagem de tarifas cobradas no período de 1985 a 1992. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, a dívida atual da Viação Aérea Rio-Grandense é de US$ 1,8 bilhão.
Carlos Martins defendeu uma reestruturação no mercado mundial do setor aéreo para reduzir custos de equipamentos, tributação e preço de combustíveis.
- O problema não é só da Varig. É do setor aéreo em sua totalidade. O mercado da aviação mundial precisa de uma reinvenção, de uma reestrutuação, senão o sucesso de hoje serão as companhias em dificuldades de amanhã - defendeu.
Segundo ele, a Varig quer solucionar sua crise financeira para não deixar de voar nas localidades menos rentáveis. Martins lembrou que a Varig, ao longo de sua existência, tem apoiado algumas ações de governo.
- Acabamos de chegar de uma viagem à Ásia, onde fomos levar medicamentos aos atingidos pelo maremoto, mas se as dificuldades da empresa persistirem, a Varig terá de deixar de atender as comunidades que precisam do serviço da empresa - afirmou.
Martins sugeriu também investimentos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para solucionar a crise da empresa.
- O BNDES é um banco de fomento, então eu acho que tem toda a característica para resolver problemas dessa natureza.
Presidente da Varig defende negociação com governo
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Quarta, 05 de Janeiro de 2005 às 16:25, por: CdB