Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Presidente da Colômbia seria o responsável pela mortes de políticos

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Segunda, 05 de Maio de 2003 às 19:44, por: CdB

O principal grupo guerrilheiro da Colômbia culpou nesta sexta-feira o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, pela morte de dois políticos que mantinham como reféns há mais de um ano. O governador da província de Antioquia (noroeste da Colômbia), Guillermo Gaviria, e o ex-ministro da Defesa Gilberto Echeverri, conselheiro de paz para essa região do país, haviam sido seqüestrados por rebeldes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em 21 de abril de 2002. Na ocasião, eles participavam de uma marcha contra a violência perto da localidade de San Francisco, em Antioquia. Outras sete pessoas que eram mantidas como prisioneiras pela guerrilha também teriam morrido junto com os dois políticos. Autoridades da província da Antioquia haviam acusado os rebeldes de ter assassinado os reféns. Incerteza Segundo a repórter da BBC Brasil em Bogotá, Valquiria Rey, as Farc divulgaram na noite desta segunda-feira um comunicado confirmando as mortes do governador e do ex-ministro da Defesa. Na mensagem, a guerrilha disse que houve um choque entre guerrilheiros e mais de 600 militares, que aparentemente estavam em uma missão de resgate dos prisioneiros. Foi durante o confronto que os rebeldes alegam que as mortes ocorreram. As Farc não admitiram que tenha assassinado os reféns e disseram que foi o presidente Uribe o culpado pelas mortes. Segundo os rebeldes, a tentativa de resgate comprova a "atitude prepotente do presidente fascista". O correspondente da BBC na Colômbia Jeremy McDermott disse que os corpos das vítimas foram encontrados perto do vilarejo de Urrao. O presidente colombiano, Álvaro Uribe, decidiu ir às pressas para a capital de Antioquia, Medellín, para conhecer mais a fundo os fatos. Acordo O próprio Uribe foi, durante os anos 90, governador da província de Antioquia. As mortes dos dois políticos acontecem num momento em que as discussões para que seja implementado um acordo humanitário com os rebeldes pareciam estar ganhando força. A essência desses acordos é permitir a troca de rebeldes presos pelo governo por reféns mantidos pela guerrilha. No entanto, segundo o correspondente da BBC, as recentes mortes podem levar a uma paralisação nas negociações. Cerca de 3 mil guerrilheiros estão nas prisões do governo, enquanto as Farc mantêm como reféns um ex-ministro, uma ex-candidata à presidência, 12 deputados provinciais, cinco ex-congressistas, 50 militares e três cidadãos americanos.

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