Trégua, que expirou no dia da vitória do "não" no plebiscito, é estendida até final do mês. Santos espera obter consenso em torno do acordo de paz antes das negociações com a oposição
Por Redação, com DW - de Bogotá:
O cessar-fogo entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em vigor desde 29 de agosto, será mantido até o dia 31 de outubro. Afirmou nesta quarta-feira o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
Após a vitória do "não" no plebiscito sobre o acordo de paz com a guerrilha. O governo ainda espera obter consenso em torno do tratado. "Espero que possamos avançar nos acordos e nos diálogos para que possamos concretizar as regras que nos permitam iniciar a solução para este conflito", afirmou o presidente.
O anúncio de Santos significa a extensão da resolução do Ministério da Defesa que estabelece a trégua. Ela expirou no último dia 2, data da votação do plebiscito. Com a medida, o cessar-fogo bilateral e definitivo será mantido.
Líderes
O presidente se reuniu nesta terça-feira na sede do governo com líderes de organizações financeiras e da Igreja, em busca de apoio antes do início das negociações com a oposição, liderada pelos ex-presidentes Álvaro Uribe e Andrés Pastrana – partidários da campanha pelo "não" ao acordo de paz, que muitos consideram leniente demais com os guerrilheiros.
"Trata-se novamente de buscar os denominadores comuns, saber quais são suas preocupações, quais são suas observações, para ver se podemos introduzir através do diálogo as observações nesse grande acordo nacional que nos permita continuar na busca pela paz", disse o presidente.
O líder das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenco", reagiu com estranheza ao anúncio de Santos de que o cessar-fogo com a guerrilha termina no dia 31 de outubro. "Daí para frente a guerra continua?", perguntou em seu perfil no Twitter.
Ele permanece em Havana com a equipe negociadora das Farc que participou durante os últimos quatro anos nas conversações de paz na capital cubana. Após o resultado do plebiscito, a guerrilha assegurou que a paz seria mantida. Londoño considera que a consulta popular "não tem qualquer efeito jurídico" sobre o acordo de paz.