Premiê chinês tenta aliviar temores de mercados globais sobre China
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Quarta, 09 de Setembro de 2015 às 10:16, por: CdB
Por Redação, com Reuters - de Pequim:
A China afastou os principais riscos ao seu sistema financeiro e suas perspectivas econômicas continuam positivas, afirmou nesta quarta-feira o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, tentando reassegurar os mercados globais de que Pequim pode manter sua economia nos trilhos e os mercados acionários sob controle.
- O governo adotou medidas para estabilizar os mercados e evitar que os riscos se espalhem, excluímos a possibilidade de quaisquer riscos sistêmicos - disse Li durante discurso no Fórum Econômico Mundial.
Uma série de dados econômicos fracos combinados com a surpreendente desvalorização do iuan pela China e fortes variações nos preços de ações chinesas impactaram mercados pelo mundo todo durante o mês passado.
Li admitiu que a economia chinesa enfrenta pressões, mas tentou aliviar preocupações de que após anos de crescimento econômico a ritmos muito acelerados a economia está caminhando para um pouso forçado.
- Há uma estabilidade geral no desempenho econômico da China apesar de certa medida de moderação. Existe uma tendência no geral positiva apesar das dificuldades que enfrentamos - disse ele, acrescentando que Pequim fará "ajustes finos" em suas políticas para fornecer mais suporte.
Nesta quarta-feira, o Ministério das Finanças da China afirmou que irá acelerar grandes projetos de construção de infraestrutura e reformas em seu sistema tributário para ajudar a estimular a economia.
O governo chinês prevê que a economia crescerá cerca de 7% em 2015, uma desaceleração relativamente pequena do ritmo ante a taxa que registrou nos últimos anos.
No entanto, a medida inesperada para enfraquecer o iuan em agosto levou a temores de que Pequim poderia estar pensando que a economia está desacelerando mais do que haviam indicado, fazendo com que muitos investidores apostassem que a moeda passaria por uma série de desvalorizações.
Li reiterou a posição da China de que a desvalorização foi uma reforma com o objetivo de permitir que os mercados tenham um papel maior sobre o valor da moeda, mas disse que espera que ela continue estável daqui em diante.
- Acreditamos que não exista uma base para a contínua depreciação do iuan pois a China tem um grande montante de reservas internacionais - disse ele.
Dados publicados na segunda-feira mostraram que as reservas internacionais da China tiveram uma queda recorde em agosto com autoridades buscando evitar que a moeda enfraquecesse mais. Li acrescentou que a China não quer ver uma guerra cambial.
- Se uma guerra cambial realmente acontecer, ela apenas irá prejudicar a China - disse Li.
- A contínua desvalorização do iuan definitivamente não leva a que a moeda se torne internacionalizada. Essa não é nossa preferência de política - completou.
Li negou que a série de medidas de política adotadas pela China nas últimas semanas para conter a especulação nas ações afetam as promessas de que Pequim irá abrir seus mercados de capitais, dizendo que investidores estrangeiros ainda são bem-recebidos no país.
- Vamos continuar a afrouxar o acesso ao mercado para que bancos privados e companhias estrangeiras entrem no setor financeiro - disse ele.