Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Pré-candidatos debatem propostas com empresários

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Quinta, 09 de Maio de 2002 às 14:17, por: CdB

Os quatro pré-candidatos mais bem colocados na corrida à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso participaram de um debate nesta quinta-feira, em Brasília, com empresários da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O encontro reuniu Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), Ciro Gomes, do Partido Popular Socialista (PPS), José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e Anthony Garotinho, do Partido Socialista Brasileiro (PSB). O candidato do PT foi o primeiro a responder às perguntas dos empresários e apresentar seu programa de governo. Cada um teve 25 minutos para expor suas idéias, sem, no entanto, debater entre si. Lula Lula disse que o seu partido mudou "e mudou para melhor", afirmando que está preparado para ser o presidente do Brasil. O petista defendeu a reforma tributária e prometeu enviar ao Congresso uma proposta "construída com a participação de toda a sociedade brasileira" nesse sentido. A reforma tributária, segundo Lula, precisa ter como princípio a distribuição de renda e a desoneração das exportações. O presidente de honra do PT também defendeu a formalização de um pacto social. "Se for eleito, eu espero fazer por um pacto social no Brasil", disse. Lula abordou temas variados, como a volta do carro a álcool, a criação de uma secretaria de Comércio Exterior, a Consolidação das Leis do Trabalho, entre outros. Para o candidato do PT, o Brasil não pode ser "tratado como uma republiqueta das bananas" - uma resposta às agências de risco internacionais que vêm advertindo os investidores a ter cautela com o Brasil devido à proximidade das eleições. Uma surpresa no discurso de Lula foi quando o candidato chamou o senador José Alencar, do Partido Liberal (PL), com o qual o PT namora, de "meu companheiro". Alencar é empresário do ramo têxtil e tido como político conservador. Ciro O pré-candidato Ciro Gomes abordou temas mais voltados para a economia e disse que o capital tende a ir a países com altos índices de poupança interna e para seus países de origem. Para Ciro, só haverá crescimento se houver investimento e poupança interna. O ex-ministro da Fazenda apresentou quatro premissas básicas para o desenvolvimento do país: poupança interna, convergência entre setor público e iniciativa privada, sólido investimento em capital humano e capacidade de planejamento estratégico e de longo prazo. Ciro também, falou sobre segurança pública e defendeu contratações para a Polícia Federal de pelo menos mais 15 mil homens. Serra O pré-candidato do PSDB, José Serra, afirmou que o Brasil poderá enfrentar problemas econômicos como a Argentina se não mantiver a "casa arrumada". Serra referiu-se à garantia da austeridade fiscal e à manutenção da Lei de Responsabilidade Fiscal. Entretanto, manter a inflação sob controle foi o principal ponto defendido pelo pré-candidato para evitar problemas futuros. O ex-ministro da Saúde prometeu, caso seja eleito, mais emprego para a população e aumento da produção. "Agora é a vez da produção e do emprego", ressaltou. Garotinho O pré-candidato à Presidência da República pelo PSB também defendeu a reforma tributária e foi o último a falar no encontro. "Reforma tributária tem que ser o ponto número um na agenda do próximo presidente", lembrou Garotinho, citando sua experiência administrativa como governador do estado do Rio de Janeiro. Para o ex-governador do Rio de Janeiro, é preciso acabar com a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) e outros impostos, que impedem o avanço das empresas brasileiras na competição com o mercado externo. Segundo Garotinho, o argumento de que uma redução mais forte na taxa de juros não geraria inflação. O ex-governador do Rio de Janeiro prometeu incentivo às pequenas empresas e criar o Ministério do Comércio Exterior.

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