O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, pediu nesta segunda-feira que a China pressione a Coréia do Norte a fim de que sejam retomadas as negociações sobre programas de armas nucleares e tentou convencer o governo chinês a iniciar um diálogo com Taiwan.
Powell, que tenta garantir a retomada das negociações com a liderança norte-coreana, deseja que a China, vizinha da Coréia do Norte e seu principal aliado, aumente a pressão para abrir uma nova rodada de negociações. O secretário afirmou que as relações sino-americanas estavam na melhor fase dos últimos 30 anos.
- A China possui uma influência considerável sobre a Coréia do Norte - disse o secretário em uma entrevista coletiva concedida depois de se reunir com o presidente chinês, Hu Jintao.
- Espero que, como resultado de nosso diálogo, possamos incentivar os outros quatro participantes das negociações para resolvermos essas importantes questões que nos impedem de marcar uma data para um próximo encontro - afirmou.
Powell também abordou outras questões delicadas. Sobre os direitos humanos, os dois países acertaram retomar os diálogos depois de a China, na opinião do secretário norte-americano, ter retrocedido.
Sobre Taiwan, Powell disse ter defendido que a China mantenha uma mente aberta e que aproveite as chances de realizar negociações a fim de diminuir o nível de tensão. O governo chinês, por outro lado, reclamou da venda, pelos EUA, de equipamentos de defesa antimíssil e de submarinos para Taiwan, que a China considera ser uma Província renegada a ser reincorporada, se necessário, pela força.
- Encorajei os líderes chineses, em particular, a fazer tudo o que pudessem para transformar o diálogo (com Taiwan) em algo mais sistemático e mais intencional - afirmou Powell.
A respeito da Coréia do Norte, o secretário de Estado espera que a China consiga convencer o país a retomar as negociações sobre seus programas nucleares. Participam do processo, além da China, dos EUA e da Coréia do Norte, a Coréia do Sul, o Japão e a Rússia.
O governo norte-americano acredita que os norte-coreanos possuem algumas armas nucleares e, segundo analistas, o país comunista, nos próximos anos, pode se transformar no maior desafio de proliferação desse tipo de tecnologia.
Para os EUA, a Coréia do Norte recusa-se a dar prosseguimento às negociações na esperança de ver a vitória, em 2 de novembro, do candidato democrata (oposição), John Kerry, que estaria mais aberto a fazer concessões ao país do que o atual governo norte-americano.