Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

Powell diz que a Síria enfrentará conseqüências se não cooperar

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Segunda, 05 de Maio de 2003 às 06:01, por: CdB

O secretário de Estado americano, Colin Powell, disse neste domingo que a Síria vai enfrentar "conseqüências" se não cooperar com os planos que Washington reserva para a região. Powell, de volta aos Estados Unidos depois de uma visita à Síria, disse ter tido uma "cândida troca de visões" com o presidente Bashar al-Assad. Os dois teriam discutido o controle da fronteira da Síria com o Iraque e a participação do país na possível retomada do processo de paz entre palestinos e israelenses. "Não há ilusões na cabeça dele a respeito do que esperamos da Síria", afirmou o secretário em entrevista à rede de televisão americana NBC. Ações Powell disse ter dito a Assad que os Estados Unidos julgarão se a Síria está disposta a se adaptar ao novo contexto da região pelas ações que o país tomar - não por suas promessas. Autoridades americanas têm dito que a deposição de Saddam Hussein marcou o início de uma nova era na região e que a Síria precisa rever suas políticas. Sobre o Iraque, Powell disse que resta ver se a Síria manterá a fronteira com o país fechada e se realmente colaborará com os Estados Unidos na captura de membros do antigo regime iraquiano que possam ter se refugiado em seu território. Powell também teria dito a Assad que a indicação do novo primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas - também conhecido como Abu Mazen, foi tão importante quanto a derrubada do regime iraquiano para o que chamou de mudança na região. O secretário americano teria deixado claro a Assad que a Síria precisa "pôr um fim" ao apoio de grupos que chamou de terroristas. Segundo Powell, fornecer abrigo a grupos militantes palestinos envolvidos em ataques contra israelenses "dificulta o avanço do processo de paz no Oriente Médio". A cooperação, segundo ele, traria ganhos para a própria Síria, já que um acordo de paz entre israelenses e palestinos incluiria a discussão sobre as Colinas de Golã, que o país disputa com Israel. Líbano Powell fez a mesma exigência ao Líbano, onde também esteve. Neste domingo, entretanto, os governos da Síria e do Líbano, ao comentar as conversas de sábado com Powell, não disseram se vão reprimir os grupos militantes palestinos e reafirmaram que só haverá paz na região quando Israel devolver as terras que ocupou na guerra de 1967. Segundo o jornal libanês An-Nahar, o presidente do país, Émile Lahoud, teria dito ao secretário que o Hezbollah é um partido político legalizado e que a sua estratégia de guerrilha ajudou a colocar fim em 18 anos de ocupação israelense no sul do país. Diversos grupos militantes palestinos afirmaram neste domingo que continuarão operando normalmente, apesar da pressão americana sobre Beirute e Damasco.

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