Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Powell celebra guerra do Iraque em visita a Bagdá

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Sexta, 19 de Março de 2004 às 08:36, por: CdB

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, em uma visita surpresa a Bagdá nesta sexta-feira, disse que a guerra detonada um ano atrás havia livrado o país de um ``regime ditatorial terrível''.

Powell disse a centenas de soldados e civis norte-americanos, alvos de ataques frequentes da resistência à ocupação, que o Iraque e seus vizinhos agora não precisavam mais temer o arsenal químico de Saddam, apesar de os EUA nunca terem provado, depois de um ano de buscas, que essas armas existiam.

``Não temos que nos preocupar mais com isso nesse dia de março, nessa comemoração de um ano do começo da guerra'', declarou o secretário, que voou para o país vindo do Kuwait.
``O povo de Halabja nunca precisará se preocupar de novo, os vizinhos nunca precisarão se preocupar de novo, porque vocês tiraram do poder um regime ditatorial terrível.''

As forças de Saddam mataram 5.000 curdos na cidade de Halabja (norte do Iraque), em 1988, em um ataque com gás venenoso. O Iraque, que os EUA à época tratavam como aliado, também usou armas químicas na guerra contra o Irã (1980-88).

Powell, que visitou o Iraque pela primeira vez em setembro, regressa ao país em meio a uma série de ataques de insurgentes contra as forças norte-americanas.

Nesta quinta-feira, dez pessoas foram mortas, entre as quais um cinegrafista iraquiano. Segundo o canal de TV Al Arabiya, para o qual o homem trabalhava, soldados dos EUA o mataram em um posto de controle de Bagdá. Um jornalista que o acompanhava, também iraquiano, foi ferido e acabou morrendo um dia depois.

As autoridades norte-americanas disseram prever novos ataques de guerrilheiros para coincidir com o aniversário de um ano da invasão, no sábado e para tentar desestabilizar o país antes da transferência de poder para os iraquianos, prevista para 30 de junho.

Nesta sexta-feira, a Coréia do Sul disse ter recusado um pedido dos EUA para ajuda em operações ofensivas e ter cancelado os planos de colocar soldados na cidade curda de Kirkuk devido ao aumento da insegurança ali.

A decisão sul-coreana foi anunciada depois de o novo líder da Espanha ter prometido tirar os soldados espanhóis do Iraque. A oposição ao governo conservador de José María Aznar venceu as eleições do último final de semana dias depois de Madri ter sido alvo de atentados que mataram 202 pessoas.

A Polônia, outro importante aliado dos EUA no Iraque, admitiu na quinta-feira ter se sentido enganada ao ser levada a acreditar que o Iraque possuía armas de destruição em massa. O país europeu, porém, prometeu dar continuidade a seus planos de enviar soldados para o território iraquiano.

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