Poseidon estréia nesta sexta-feira

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Publicado sexta-feira, 23 de junho de 2006 as 08:38, por: CdB

Poseidon é uma refilmagem espetacular, mas pouco envolvente, de O Destino do Poseidon, a produção de 1972 de Irwin Allen que marcou o início do gênero moderno dos filmes sobre catástrofes.

Atualizando a história de um navio de luxo que tomba e afunda, a produção de 160 milhões de dólares cria imagens espetaculares. A estréia é nesta sexta-feira no Brasil. Mas sua intensidade é apenas física, sendo o impacto emocional submerso numa onda avassaladora de cenas de morte, perigo e coragem em que um grupo de passageiros irritantes e egoístas luta para abrir caminho até a superfície.

De todo o elenco, apenas Jacinda Barrett e os protagonistas Josh Lucas, Kurt Russell e Richard Dreyfuss conseguem, a duras penas, infundir alguma dimensão aos personagens, uma vez que o roteiro apresenta com traços apenas superficiais. Mas o público interessado na emoção de um desastre de grandes proporções não deve se incomodar com isso.

O experiente diretor Wolfgang Petersen (Mar em Fúria) reuniu uma equipe de artistas e técnicos de primeiro nível para criar o navio fadado a afundar. O próprio navio é o personagem mais plenamente retratado do filme, começando com a belíssima cena inicial de pôr-do-sol, em que a câmera dá a volta ao Poseidon, no meio de uma expansão infinita de oceano calmo.

É uma imagem impressionante que transmite toda a força, a enormidade e a opulência do navio, uma verdadeira cidade flutuante. O roteiro de Mark Protosevich (A Cela) não se demora nas preliminares. O Poseidon está atravessando o Atlântico em direção a Nova York, e no momento em que seus passageiros comemoram o Ano Novo ele é atingido por uma onda imensa e imprevista que faz o navio tombar.

Em meio ao caos de corpos esmagados, afogados e eletrocutados, emerge um bando de sobreviventes corajosos, determinados a subir pelos níveis antes inferiores do navio, contrariando as ordens do capitão (Andre Braugher), para chegar à superfície e escapar do afundamento. O capitão opta por confiar no poder do GPS para ser localizado por equipes de resgate e permanece no salão de bailes do Poseidon, juntamente com outros sobreviventes.
O grupinho de corajosos que resolve não esperar é liderado pelo jogador Dylan (Josh Lucas), que pensa em escapar sozinho, até que um garoto de 9 anos (Jimmy Bennett) e sua mãe (Jacinda Barrett) pedem para acompanhá-lo. A transformação de Dylan de solitário egocêntrico em herói responsável a contragosto é tão rápida e completa que se torna pouco convincente.

Enquanto Dylan tem experiência da Marinha, Robert (Kurt Russell) é ex-bombeiro e prefeito de Nova York, possivelmente um gesto de respeito pelos heróis do 11 de setembro. Ele se junta ao grupinho, com sua irritante filha de 19 anos (Emmy Rossum), o namorado desta (Mike Vogel), uma passageira clandestina (Mia Maestro), o garçom que a escondeu a bordo do navio (Freddy Rodriguez), um beberrão repulsivo (Kevin Dillon) e um arquiteto deprimido (Richard Dreyfuss) cujo namorado o abandonara antes da partida do navio.

Nem todos conseguem sobreviver, mas, no caso de alguns deles, o espectador não vai chegar a chorar sua morte.