A Aracruz informou que retomou nesta quinta-feira as atividades do terminal portuário Portocel, no Espírito Santo, especializado no embarque de celulose. O terminal foi invadido na terça por cerca de 200 índios das etnias Tupiniquim e Guarani, em protesto pela demarcação de terras indígenas na região, com a desapropriação de 11 mil hectares de terras da companhia. Os índigenas deixaram o local na noite de quarta-feira, após um encontro com representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio).
Segundo informações do MST (o movimento dos sem terra), que apoiou a invasão, os índios se retiraram após o agendamento de um encontro com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, marcado para a próxima segunda-feira.
A companhia alega que os invasores depredaram o escritório da Portocel, mas ainda não informou o valor financeiro desses prejuízos. O MST, por sua vez, afirma que durante a ocupação pessoas foram agredidas por funcionários da companhia, que teriam tentado retirar os índios à força.
Desde setembro, o caso da desapropriação dessas terras está no Ministério da Justiça. Um parecer da Procuradoria Geral da fundação já atestou que a área em disputa pertence aos índios.
Sobre o parecer, a empresa comunicou que "a recomendação da Funai (Fundação Nacional do Índio) é apenas um dos elementos do processo de demarcação" e que a Aracruz "nunca ocupou terras indígenas, que nunca expulsou índios de suas terras, e que adquiriu suas terras de forma legal".
Porto da Aracruz retoma atividades após saída de índios
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Quinta, 14 de Dezembro de 2006 às 20:07, por: CdB