Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Polícia caça os responsáveis pelas tentativas de atentados em Londres

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Sexta, 22 de Julho de 2005 às 02:48, por: CdB

A polícia britânica começou uma caçada maciça aos quatro responsáveis pelas tentativas de explosões que paralisaram o sistema de transporte de Londres exatamente duas semanas depois da série de atentados que matou 56 pessoas na cidade.

Os extremistas tentaram detonar bombas em três trens do metrô e em um ônibus na capital britânica, mas, por alguma falha, apenas os detonadores explodiram, sem causar grandes estragos.

- A intenção, claramente, era matar. Você não faz isso com nenhuma outra intenção - disse o chefe da polícia metropolitana, Ian Blair.

Blair disse que há "ressonância" entre os ataques de quinta-feira e os de duas semanas atrás, mas ainda é cedo para afirmar que todos os atentados estão conectados.

Analistas afirmam que o material recolhido pela perícia no local das explosões deve ajudar a polícia a rastrear os responsáveis e pode trazer pistas sobre os ataques de duas semanas atrás.

<b>Mochilas</b>

Os ataques de quinta-feira começaram por volta das 12h30, hora local, com bombas nas estações de Warren Street, no centro de Londres, Sheperd's Bush, no oeste, Oval, no sul e em um ônibus em Shoreditch, leste da capital. Assim como no dia 7 de julho, acredita-se que as bombas estavam escondidas em mochilas.

A polícia acredita que três delas eram do mesmo tamanho das bombas de duas semanas atrás, enquanto que a quarta era menor e parece ter sido carrecada em uma caixa de plástico. Acredita-se que os detonadores explodiram, causando barulho, mas não detonaram a bomba em si. Os responsáveis conseguiram escapar.

A polícia agora vai se concentrar nas pistas encontradas nos locais pela perícia, bem como nas filmagens das câmeras de segurança. Várias testemunhas já se apresentaram à polícia, com relatos do que ocorreu, descrições físicas dos responsáveis e fotografias.

Alguns dizem que os responsáveis pareceram "amedrontados" ou "surpresos" quando as bombas não explodiram da maneira esperada.

Kate Reid, que testemunhou o ataque na estação de Oval, contou ter ouvido um pequeno estrondo, como se fosse uma bexiga de ar estourando, antes de ver um jovem de pele escura com uma bolsa aos pés, parecendo "realmente amedrontado".

<b>Ganhar no bingo</b>

As imagens das câmeras de segurança devem ser divulgadas em breve. O ex-analista de Inteligência do governo, Crispin Black, disse que a chance de examinar as próprias bombas, não detonadas, é como ganhar "o bingo da perícia", afirmando que não podia ser melhor.

O editor de segurança da <i>BBC</i>, Mark Urban, disse que as bombas parecem bastante semelhantes com as usadas duas semanas atrás, bem como as mochilas e a escolha dos alvos.
Segundo ele, os explosivos são tão parecidos que há especulação de que eles podem fazer parte de uma mesma leva.

Enquanto a polícia começava as investigações, o primeiro-minsitro, Tony Blair, pediu aos londrinos que sigam adiante com suas vidas, afirmando que "nós temos que reagir de maneira calma".

Líderes mundiais condenaram os ataques e pediram união diante do terrorismo. Para os londrinos, a principal conseqüência foram as interrupções no sistema de transporte que dificultaram a volta para casa, com algumas ruas fechadas e linhas de metrô com atrasos ainda na manhã dexta sexta-feira.

Um homem preso próximo à sede do governo, em Downing Street, permanece detido, mas não está claro se ele está diretamente conectado aos ataques. Outras três pessoas presas no centro da cidade foram soltas na própria quinta-feira.

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