Segundo a Catalunha, "tudo sugere" que autoridades identificaram o motorista da van. Alerta se amplia para toda a Europa. Forças de segurança realizam operação em Ripoll, suposta base da célula terrorista islâmica
Por Redação, com DW - de Barcelona:
A polícia da Espanha expandiu para toda a Europa a busca pelo suspeito de ter dirigido uma van contra uma multidão de pedestres em Barcelona, deixando 13 mortos. Nesta segunda-feira, as autoridades comunicaram acreditar que o marroquino Younes A., de 22 anos, foi o motorista do ataque terrorista da quinta-feira, na zona turística de Las Ramblas.
Segundo o conselheiro catalão do Interior, Joaquim Forn, falando à Catalunha Rádio, "tudo sugere" que as autoridades identificaram o motorista da van: "Essa pessoa não está mais sendo procurada só na Catalunha, mas em todos os países europeus. Esse é um esforço da polícia europeia." As autoridades não descartam a possibilidade de ele ter atravessado a fronteira para a França.
Possível 15ª vítima
Forn acrescentou que "tudo aponta" para o atentado estar relacionado a um incidente ocorrido pouco depois, numa avenida da cidade catalã, quando um carro furou uma barreira policial.
Imagens de câmeras de vigilância divulgadas pelo diário espanhol El País mostram Younes A. andando em Las Ramblas após o ataque. Segundo os investigadores, em seguida ele esfaqueou e matou um civil para roubar seu carro e usá-lo na fuga. Pouco depois, o veículo foi abandonado. Nele encontrou-se o corpo apunhalado do motorista.
Caso se confirme essa teoria, o dono do veículo, Pau Pérez, de 34 anos e morador de Vilafranca del Penedès, passaria a ser a 15ª vítima dos terroristas, juntando-se às 13 de Las Ramblas e à morta no atentado posterior, na localidade costeira de Cambrils, na província catalã de Tarragona. Neste, um carro invadiu uma área de pedestres. Os cinco agressores, que usavam coletes suicidas falsos, foram abatidos pela polícia.
Imã sob suspeita
A polícia catalã realizou operações na madrugada desta segunda-feira na pequena cidade de Ripoll; onde as autoridades acreditam ser a base de uma célula terrorista islâmica composta por 12 homens. O motorista da van seria o último membro dessa célula ainda foragido.
Diversas informações apontam o ímã de Ripoll, Abdelbaki Es Satty, como possível autor intelectual dos atentados de Barcelona e de Cambrils. Segundo Joaquim Forn, ele não tinha nenhum antecedente e “a comunidade muçulmana não pensava que fosse uma pessoa radical".
As autoridades também trabalham com a possibilidade de serem do ímã os restos mortais encontrados após a explosão ocorrida no dia 16 numa casa em Alcanar, Tarragona; onde os supostos terroristas mantinham grande quantidade de material explosivo. No domingo a polícia encontrou lá cerca de 120 bujões de gás e componentes explosivos.
Segundo Forn, "neste momento se descarta um ataque iminente”. Por isso, após conversa com o ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido; a segurança não foi elevada para o nível 5.