Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

PMDB e Rigotto anunciam apoio a Fogaça em Porto Alegre

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Quarta, 06 de Outubro de 2004 às 16:45, por: CdB

José Fogaça (PPS) recebeu nesta quarta-feira o apoio formal do governador Germano Rigotto (PMDB) para o segundo turno na capital gaúcha, enquanto Raul Pont (PT), que venceu a primeira rodada no domingo, ainda espera a definição do PSB.

Fogaça tenta unificar os adversários do primeiro turno para tirar a desvantagem em relação a Pont. Até agora, a estratégia do candidato do PPS deu certo e pode deixar apenas o PSB para a aliança com o petista.

Os diretórios municipais do PDT, PMDB, PP e PV fizeram declarações formais de apoio a Fogaça, na noite de terça-feira.

Entre os trabalhistas, a nova aliança foi oficializada em um ato político com lideranças e parlamentares dos dois partidos. Fogaça atendeu às exigências e formalizou a incorporação da política de escola em turno integral, além de garantir que não privatizará serviços públicos.

A decisão do PMDB foi através de votação. Apesar da tentativa de aproximação feita pelo ministro da Educação e ex-prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, em conversa com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a adesão a Pont não foi cogitada na reunião do diretório municipal.

O debate ficou limitado ao apoio ao candidato do PPS ou à liberação dos militantes. A entrada na aliança recebeu 108 votos contra 12 que defendiam a neutralidade. Segundo assessores do partido, as diferenças pessoais com Fogaça foram relevadas em função dos interesses da cidade. O ex-senador faz parte de um grupo de dissidentes que migrou do PMDB para o PPS.

Rigotto seguiu a orientação do seu partido e formalizou o apoio a Fogaça. O governador não deve participar de muitas atividades de campanha, mas não afasta a hipótese de ir a comícios ou gravar depoimentos para os programas eleitorais.

- Fogaça tem todas as condições de fazer um grande governo - disse Rigotto, após a visita do candidato do PPS ao Palácio Piratini, na tarde desta quarta-feira.

A tendência é que a coligação PFL-PSDB, do candidato Onyx Lorenzoni, siga o mesmo caminho e manifeste sua adesão à candidatura do PPS, ainda nesta quarta-feira.

Apesar do quadro desfavorável, a equipe de Pont não afasta a possibilidade de novas tentativas de aproximações. Segundo assessores do candidato, o diretório nacional do partido ainda pode fazer alguns movimentos em relação ao PMDB, tendo como base a participação do partido no governo Lula.

A outra apostado PT é aproximação do PSB que, apesar da votação pouco expressiva, seria interessante para a manutenção do tradicional grupo de aliados do partido.

- Esperamos que se confirme o campo da frente popular com o PSB - disse Raul Pont.

Mesmo cortejados publicamente, os socialistas querem avaliar as estratégias de construção do partido e devem ter uma decisão definitiva na quinta-feira, mas não dão como certa a aliança.

Se fosse possível uma transferência direta de votos, o PPS estaria arrematando uma votação de 30 por cento, que somados aos 28,34 por cento obtidos por Fogaça no primeiro turno, garantiriam a vitória. Pont obteve 37,62 por cento dos votos no último domingo e se conseguir a adesão do PSB somaria apenas mais 3,04 por cento no seu percentual.

O PT recusa esta idéia de transferência de votos e aposta na divergência entre os militantes de base e direções partidárias. Um dos principais alvos deve ser os simpatizantes do PDT.

Pont retomou as atividades de campanha pelo centro da capital e anunciou que pretende explorar a suposta contradição do apoio a um candidato de perfil privatizante. Apesar das reiteradas negativas de Fogaça, Pont deve explorar o vínculo do adversário com integrantes do governo de Antônio Britto, período no qual a Companhia Estadual de Energia Elétrica e a Companhia Riograndense de Telecomunicações foram privatizadas.

As duas empresas foram criadas pelo ex-governador Leonel Brizola, figura mais expressiva do trabalhismo no Estado.

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