A economia brasileira expandiu-se fortemente no segundo semestre deste ano, auxiliada pela recuperação da demanda doméstica, e economistas já começam a falar em revisão para cima das projeções para o crescimento do ano. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,5% contra o primeiro trimestre. Sobre o segundo trimestre de 2003, a expansão foi de 5,7%, a maior taxa desde o terceiro trimestre de 1996.
No primeiro semestre, o crescimento foi de 4,2 %, o melhor resultado desde 2000, acrescentou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira.
- Excelente notícia para a atividade. Taxa de 4,2 % no semestre é belíssimo. Não é excessivo e, portanto, não coloca muito mais lenha na fogueira dos juros - afirmou Alexandre Mathias, economista-chefe do Unibanco Asset Management.
O consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo aumentaram ambos 1,5 cento no segundo trimestre contra o primeiro. Em relação ao segundo trimestre de 2003, o consumo das famílias subiu 5 % e a formação de capital, 11,7 %.
- Não deixa dúvida de que a demanda interna está bem encaminhada, o consumo das famílias veio bom, e é o consumo das famílias que dita a dinâmica do PIB, já que representa 60 % do PIB - disse Alex Agostini, economista da consultoria Global Invest.
O consumo do governo registrou alta de 0,2 % contra o primeiro trimestre. Sobre o primeiro trimestre, agropecuária retraiu-se 0,3%, a indústria cresceu 0,2% e o setor de serviços avançou 2,5%. Já ante o segundo trimestre de 2003, a agropecuária expandiu-se 5,0%. A indústria cresceu 6,6% e o setor de serviços, 4,4%.
A performance econômica no segundo trimestre ficou acima das previsões de economistas, que esperavam em média uma expansão de 1,25% contra o primeiro trimestre e de 4,7% contra o ano passado. Agostini, da Global Invest, acredita que os dados acima do esperado deverão levar a uma revisão pelo mercado das expectativas de expansão em 2004.
- Nós estamos revisando para cima nossa projeção para o crescimento no ano, para cerca de 4,5%. Todas as projeções de mercado vão ser revistas para cima - disse ele. O IBGE revisou os dados de crescimento do primeiro trimestre, de 1,6% para 1,7% contra o quarto trimestre.