O diretor regional da Polícia Federal (PF), Nelson Estevam, disse que o Piauí está inserido no crime globalizado através da internet, que aproveita a característica da rede mundial de computadores de facilitar a aproximação das pessoas, para a prática de crimes contra pessoas e patrimônio, segundo o jornal Meio Norte.
O novo quadro criminal que o Piauí começa a conhecer foi mostrado pela prisão de 15 hackers em Teresina e em Parnaíba (a 345 km de Teresina) suspeitos de integrar quadrilha especializada em crimes pela internet contra clientes de bancos públicos e privados movimentando suas contas e depositando dinheiro em contas bancárias de laranjas do próprio grupo criminoso. Entre 15 presos, três são piauienses e os outros do Pará, Maranhão, Tocantins.
Nelson Estevam afirma que isso é uma prova eloquente dos novos crimes que estão sendo experimentados pela sociedade, não só brasileira, mas global. "É o efeito da globalização. Hoje em dia, a gente pensa que a polícia está equipada e preparada, mas o crime também está avançando. O crime está evoluindo e a polícia está correndo atrás", falou Nelson Estevam.
Lembra que o grupo de hackers preso no Piauí tem origem em Paraopebas (PA), que criou o programa simples, o Disney.com, em 2001. Na época, os hackers foram presos aplicando golpes semelhantes aos que estão sendo combatidos pela Operação Cavalo de Tróia da Polícia Federal. No entanto, os acusados foram soltos meses depois, porque, naquela época ainda não havia leis específicas para punir crimes cometidos com o uso de computadores e outros meios virtuais.
O quadro criminal que o Piauí está tomando conhecimento agora com vítimas locais é novo, que a sociedade está tomando conhecimento agora.
-Há dez anos não se existia falar nisso-afirmou Nelson Estevam.
Ele falou que os integrantes das quadrilhas são formados por jovens de 20 a 30 anos, que conhecem a linguagem de programação, que estão descobrindo o novo filão criminal: invasão de contas bancárias pela internet, o que demanda um conhecimento técnico, uma linguagem de programação e um grau de inteligência apurado.
-A gente vê que o cara simplesinho é autodidata, passa a noite mexendo no computador-descreve Estevam.
Entre os presos pela Operação Cavalo de Tróia, um hackers entrava em sites escritos com o alfabeto cirílico, o utilizado na Rússia, Bulgária e outros países eslavos. Ele não ler em russo, mas por intuição praticou operações ilegais. Os hackers piauienses entraram em contato com os outros de outros Estados por computadores. No grupo preso em Parnaíba estavam duas garotas, que também foram atraídas pela internet.
Nelson Estevam disse que até em chegar que os laptops estavam infectados com programas para invadir sites de movimentação bancária de bancos privados e públicos demandaria uma prova que eu não dispunha. A descoberta foi feita pela Polícia Federal do Piauí por causa do apoio da PF do Pará, que conhece os crimes virtuais há muito tempo, conhece sua dinâmica.