A Polícia Federal ouviu nesta quinta-feira, pela primeira vez, Daniel Robert Bachmann, gerente de comunicação e marketing da Embraer, fabricante do jato, que estava no jato executivo Legacy, que se chocou com um Boeing da Gol no último dia 29 de setembro, em uma região de mata fechada no Parque do Xingu. As 154 pessoas que estavam a bordo do avião morreram. As equipes de resgate que fazem as buscas em Mato Grosso já localizaram 153 corpos e ainda procuram pelo bancário Marcelo Paixão, 29 anos.
Por duas horas, Bachmann foi questionado sobre o vôo do jato e, principalmente, se houve ou não negligência dos dois pilotos norte-americanos, Joe Lepore e Jan Paladino. Sayão não pretende revelar o conteúdo do depoimento do funcionário da Embraer porque quer confrontá-lo com o dos os pilotos.
Além dos pilotos e de Bachmann, estavam no jato dois representantes da ExcelAire, um jornalista do New York Times, e um outro funcionário da Embraer. Os quatro últimos estão nos EUA e não devem prestar depoimento à PF.
Os pilotos continuam no Brasil por força de decisão da Justiça Federal que os impediu de deixar o país após o acidente por tempo indeterminado. O delegado ainda não marcou os depoimentos de ambos. Para isso, espera ainda a análise das duas caixas-pretas do Legacy.
O problema é que esse material está sob o poder Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O órgão é subordinado à Aeronáutica, que vem dificultando o acesso da PF a esses documentos. Até agora, a PF obteve apenas o plano de vôo do jato, a transcrição das conversas entre as torres, as telas de radar e os nomes dos controladores de vôo envolvidos com a viagem do Legacy.
Sayão quer ouvir na semana que vem os dez controladores de vôo da torre de Brasília. Somente depois, ele deve marcar os depoimentos dos três controladores de São José dos Campos e dos quatro de Manaus, destino do Legacy antes de seguir para os EUA.
O delegado mantém a previsão de entregar um relatório parcial à Justiça no próximo dia 5 de novembro. Ele deve pedir a prorrogação do inquérito. O prazo ainda não foi definido.
PF ouve gerente de comunicação da Embraer que estava no <i>Legacy</i>
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Quinta, 26 de Outubro de 2006 às 15:54, por: CdB