Contactados, o deputado, sua assessoria de imprensa e o advogado dele, Gamil Foppel, não se manifestaram de imediato a respeito da ação
Por Redação, com Reuters - de Brasília:
A Polícia Federal realizou buscas na manhã desta segunda-feira no gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) na Câmara como parte das investigações relativas à descoberta de R$ 51 milhões em espécie em um apartamento de Salvador atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, irmão do parlamentar.
Além das buscas na Câmara, a PF também cumpriu mandados no apartamento residencial do deputado em Brasília e em mais dois endereços ligados ao parlamentar em Salvador, em operação requerida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com uma fonte com conhecimento da ação.
Procurada, a Polícia Federal não respondeu de imediato.
No mês passado, a Justiça Federal do Distrito Federal enviou ao STF as investigações relativas a operações; que envolvem Geddel por suspeitas de que seu irmão, que possui foro privilegiado; possa estar envolvido no crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com a Justiça Federal do DF, a operação que encontrou os R$ 51 milhões; atribuídos a Geddel esbarrou em indícios de que Lúcio também pode ter participado do crime de lavagem de dinheiro.
Contactados, o deputado, sua assessoria de imprensa e o advogado dele; Gamil Foppel, não se manifestaram de imediato a respeito da ação.
Malotes
Depois de quatro horas de trabalho, policiais federais deixaram às 10h45 o gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA); na Câmara, onde realizaram operação de busca e apreensão; a pedido da Procuradoria-Geral da República.
O parlamentar é irmão do ex-deputado e ex-ministro Geddel Vieira Lima; que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Geddel é suspeito de ser dono de R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador.
O gabinete de Lúcio é o de número 612 e fica no Anexo 4 da Câmara. Servidores do Congresso Nacional que viram os policiais federais deixando o prédio disseram que eles levavam malas e malotes com material apreendido.
Mesmo depois da saída dos policiais federais, o gabinete do parlamentar permanece fechado e não se sabe se ele está em Brasília, Salvador ou em outra cidade.
Duas Caras
A Polícia Federal deflagrou, na semana passada, a segunda fase da Operação Duas Caras, que apura fraudes contra a Caixa Econômica Federal. Ao todo, 25 policiais foram escalados para cumprir nove mandados judiciais: quatro de busca e apreensão, um de prisão preventiva, dois de prisão temporária e dois de condução coercitiva nas cidades paranaenses de Curitiba, São José dos Pinhais e Colombo.
Em nota, a PF informou que trata-se de um grupo especializado na prática de “diversos crimes” contra a Caixa”. Após analisar materiais apreendidos na primeira fase da operação; os policiais identificaram novos fatos e novos suspeitos e, para dar sequência às investigações, fizeram representações junto à Justiça Federal.
Segundo a polícia, a operação investiga saques em contas poupança de clientes com grandes saldos e que não apresentavam histórico de retiradas. Os criminosos contavam com a ajuda de um funcionário do banco que identificava; e repassava a eles os dados desses clientes. O dinheiro era retirado dessas contas até que elas ficassem zeradas ou até que fossem descobertos.
Exploração ilegal
A Polícia Federal deflagrou, na semana passada, operação para desarticular associação criminosa suspeita de coordenar extração ilegal de madeiras nobres dentro de terra indígena no Pará, responsável por dano ambiental estimado em quase R4 900 milhões, informou a PF em comunicado.
Cerca de 40 policiais cumpriram 10 mandados de condução coercitiva, 11 de sequestro de bens e valores e 6 de busca e apreensão em oito cidades nos Estados do Pará, Santa Catarina e Paraná como parte da chamada operação Anhangá Arara.
A investigação, iniciada após relatório do Ibama apontar que a terra indígena Cachoeira Seca (PA); estava sendo alvo de madeireiras clandestinas; identificou grupo empresarial responsável por coordenar a extração da madeira nobre Ipê, de acordo com a PF.