As projeções de inflação continuam acima da meta oficial para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para correção das contas do governo. De acordo com analistas de mercado e instituições financeiras consultados pelo Banco Central na última sexta-feira, a tendência de preços indica inflação de 5,31% no ano, contra meta de 5,1%.
A exemplo do mês de setembro, quando o aumento dos preços dos derivados de petróleo quase dobrou a inflação, comparado ao mês anterior - pulou de 0,19% para 0,35% - a influência também se faz sentir neste mês. Os economistas pesquisados antevêem IPCA de 0,56% para outubro, ante projeção de 0,53% na semana anterior.
Eles acreditam, no entanto, que os preços terão melhor comportamento em novembro, com IPCA de 0,37%, segundo o boletim Focus distribuído nesta segunda-feira pelo BC. A pesquisa indica ainda que a inflação projetada para os próximos 12 meses deve cair de 4,71%, na semana passada, para 4,66%, e a estimativa de inflação para 2006 manteve-se em 4,60%.
O Índice de Preços ao Consumidor medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), teve ligeira elevação na semana, de 4,63% para 4,65%; e a estimativa de aumento acumulado dos preços administrados (combustíveis, energia elétrica, telefonia e outros) evoluiu de 7,50% para 7,64%. No atacado, as previsões do boletim Focus mostraram tendências diferentes. Enquanto o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou de 1,54% para 1,51% na comparação semanal, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) aumentou de 1,58% para 1,62%.
Desempenho externo
Apesar da expectativa quanto à inflação, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 7,571 bilhões em setembro, acima do saldo de R$ 6,044 bilhões em igual período do ano passado, revelaram dados do Banco Central. O superávit primário nos 12 meses até setembro equivale a 5,16% do Produto Interno Bruto (PIB) ante 5,12% nos 12 meses até agosto.
No acumulado de 2005 até setembro, o superávit primário corresponde a 6,10% do PIB, frente a uma meta de 4,25% para o ano. Entre janeiro e setembro de 2004, o superávit acumulado era de 5,42%. O BC informou ainda que a dívida líquida total do setor público caiu para 51,4% do PIB em setembro, frente a 51,8% do PIB em agosto.
O déficit nominal do país foi equivalente a 2,91% do PIB nos 12 meses até setembro, acima dos 2,86% nos 12 meses até agosto. O governo central teve superávit de R$ 2,930 bilhões em setembro. Os governos regionais registraram superávit de R$ 1,737 bilhão e as empresas estatais, superávit de R$ 2,903 bilhões.