Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Pelo menos 14 deputados sob suspeição assumirão amanhã

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Sexta, 31 de Janeiro de 2003 às 20:56, por: CdB

Apesar de renunciar ao mandato na legislatura passada e estar assumindo seu novo mandato amanhã, o deputado federal Pinheiro Landim (sem partido-CE) deverá ser alvo de novas investigações da Corregedoria da Câmara. Além de Landim, que é suspeito de envolvimento com o narcotraficante Leonardo Dias Mendonça, outros parlamentares que tomam posse estão sendo processados ou acusados de irregularidades em seus Estados. Um deles, Ronivon Santiago (PPB-AC), chegou a ser preso no mês passado, amanhã deve comparecer na cerimônia de posse mas a Justiça do Acre considera que ele está em local "incerto e não sabido". Ele responde lá a vários processos, mas não é considerado foragido. No início do mês, Landim renunciou ao mandato para evitar a cassação, o que o tornaria inelegível por oito anos. Mesmo assim, dificilmente ele deverá terminar a atual legislatura, já que o corregedor da Câmara, Barbosa Neto (PMDB-GO), havia sugerido à mesa a cassação do parlamentar. Além disso, a Polícia Federal continua investigando a quadrilha de Dias Mendonça, e poderá encontrar novos indícios envolvendo o traficante e o deputado do Ceará. Também assume o mandato sob suspeição o deputado José Tatico (PMDB-DF), apontado no relatório da CPI do Roubo de Cargas do Senado como receptador. A comissão, inclusive, chegou a pedir o indiciamento de Tatico. Seu filho, Ênio Tatico (PL-GO), também foi citado pela CPI, com a mesma acusação. Tatiquinho, como é chamado, assume hoje a vaga do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que preferiu renunciar ao mandato. Conhecido por "Senhor X", por ter sido acusado pela divulgação de uma gravação envolvendo suspeita de propina na votação da emenda da reeleição, o deputado Narciso Mendes assume sob júdice. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou que Mendes não se desincompatibilizou da direção de sua emissora de televisão seis meses antes do prazo determinado pela Justiça Eleitoral. O deputado, inclusive, foi um dos responsável pela renúncia de Ronivon Santiago, em 1997, depois da descoberta de seu envolvimento com a propina da reeleição. Da bancada do Norte do País ainda assumem sob suspeição os deputados federais Jader Barbalho (PMDB-PA) e seu primo, José Priante (PMDB-PA). Ambos são apontados de suposto envolvimento no desvio de verbas da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O Supremo Tribunal Federal (STF) está com processos encaminhados pela Polícia Federal, ainda no ano passado. O senador também do Pará Duciomar Costa (PSD) é acusado de utilização de diploma falso de Medicina. Quinto deputado mais votado em Minas Gerais, Cabo Júlio (PST) responde processo no STF pela acusação de crime militar, já que, em junho de 1997, ele liderou uma greve que resultou na morte do também cabo Valério dos Santos Oliveira. Também no STF está o processo contra o deputado reeleito José Carlos Martinez, por suspeita de seu suposto envolvimento em sonegação fiscal, evasão de divisas, falso testemunho e falsidade ideológica. Reeleito por São Paulo, Vadão Gomes (PPB-SP) também responde a inquérito no STF, que apura desvio de verbas do Departamento Nacional de Cooperativismo e Associativismo (Denacoop), do Ministério da Agricultura. O inquérito foi aberto pela PF no ano passado. Do Tocantins, pelo menos três dos oito deputados que assumem amanhã são apontados, em documentos do Ministério Público Federal, de suposto envolvimento em desvio de verbas públicas: Darci Coelho (PFL), Osvaldo Reis (PMDB) e Pastor Amarildo (PPB). Mas, até agora, não há processos formalizados contra eles.

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