Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Pedágio no Brasil é um dos mais caros do mundo

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Segunda, 16 de Agosto de 2004 às 05:57, por: CdB

Em matéria de pedágios, o Brasil é recordista mundial. Qualquer motorista brasileiro imagina isso, mesmo que não conheça as estatísticas. Pois saiba que o país possui a maior malha rodoviária tarifada do mundo. Em 2001, dos 170 mil quilômetros de estradas pavimentadas, cerca de 9,5 mil quilômetros eram pedagiados, pouco menos de 6% do total. Se por um lado a privatização das rodovias fez melhorar a manutenção e a segurança, por outro fez crescer o número de cabines espalhadas pelo país. Além disso, o preço médio cobrado por quilômetro rodado coloca o Brasil no topo do ranking dos pedágios mais caros do mundo.  

Segundo a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), antes da privatização, havia apenas 25 praças de pedágio em todo o Brasil. Depois do processo, passaram a ser 124, um aumento de quase 500%. A entidade, no entanto, prefere destacar os benefícios proporcionados pela privatização, como a redução da média de acidentes por quilômetro, de 1,05 para 0,64.

Para o motorista, essa segurança pesa no bolso. Estudos indicam que um veículo de passeio paga em média R$ 3,70 de pedágio a cada 66 quilômetros trafegados nas rodovias brasileiras. Numa viagem entre a capital paulista e a cidade de Ribeirão Preto, localizada a 330 quilômetros de distância, paga-se R$ 56,06 somente de pedágio.  

Segundo levantamento feito pela Comissão de Concessões da Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo, em 2000 para 2001, um entre cinco motoristas que trafegavam pelas rodovias estaduais desistiu de viajar de carro, por conta do preço do pedágio.

No Paraná, verificou-se no início deste ano um embate entre o governo de Roberto Requião e a regional da ABCR. Motivo: o pedido de reajuste feito pelas empresas no final de 2003. A entidade chegou a publicar um manifesto contra o que chamava de demagogia do governo. À época, Requião afirmou que "ou o pedágio abaixa ou acaba". As empresas reivindicavam um aumento médio de 15,34% nas tarifas.

O imbroglio durou meses, incluindo bate-boca entre as partes pela imprensa, liminares na justiça, acusações de descumprimento de contrato, auditoria e até invasão de pedágio pelo MST, que aproveitou o espaço na mídia para promover sua causa. No fim, o Supremo Tribunal Federal cassou as liminares das empresas e o reajuste foi revogado.

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