O público nova-iorquino se prepara para assistir a dramas clássicos e grandes atores este ano, desde Tennessee Williams a Shakespeare. Uma coisa que estará em falta, porém, são peças novas.
O alto custo de encenar peças em teatros com 500 ou mais lugares significa que peças desconhecidas muitas vezes são consideradas um risco grande demais, mesmo que seus autores sejam famosos.
Nos próximos meses vão estrear, entre outros espetáculos, "The Glass Menagerie", de Tennessee Williams, com Jessica Lange e Christian Slater, "Um Bonde Chamado Desejo", com Natasha Richardson, e "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", de Edward Albee, com Kathleen Turner.
Denzel Washington vai subir ao palco em "Julius Caesar", e James Earl Jones estará em "On Golden Pond", de Ernest Thompson.
Sem contar com monólogos de gente como Whoopi Goldberg, as novas peças não musicais na Broadway esta temporada podem ser contadas nos dedos de uma mão, sendo que na temporada anterior foram 13.
Das cinco, "Democracy" e "The Pillowman" já foram testadas no National Theater de Londres, e "Doubt" foi encenada com sucesso fora da Broadway.
"Glengarry Glen Ross", que em 1984 deu o Prêmio Pulitzer a David Mamet (levada ao cinema no filme "O Sucesso a Qualquer Preço"), será reencenada na Broadway em abril com o ator indicado ao Oscar Alan Alda no elenco. No entanto, a nova peça do autor, "Romance", vai estrear fora da Broadway, pelas mãos da pequena Atlantic Theater Company.
O produtor Roy Gabay teve um dos grandes sucessos da temporada passada com a peça nova "Frozen", mas amargou um encerramento antecipado, apesar de contar em seu elenco com Edie Falco, de "A Família Soprano".
"O importante é minimizar os riscos", disse Gabay, que agora está preparando um revival de "Steel Magnolias", sucesso off-Broadway de 1987 que foi transformado em filme de Hollywood estrelado por Julia Roberts e Sally Fields ("Flores de Aço").
E a última novidade da temporada é "Brooklyn Boy", de outro dramaturgo premiado com o Pulitzer, Donald Margulies, sobre um bem-sucedido escritor judeu que retorna a sua casa para um reencontro com seu pai moribundo.
As resenhas críticas razoavelmente boas mantiveram a lotação do teatro em entre 63 e 90 por cento nas primeiras sete semanas da peça em cartaz, e a diretora artística Lynne Meadow se disse satisfeita com a recepção.
"Existe um risco alto em se encenar trabalhos novos, mas o 'Bonde Chamado Desejo' de amanhã talvez seja o 'Brooklyn Boy' de hoje", disse ela. "Precisamos renovar sempre o estoque. Precisamos criar as peças que serão encenadas amanhã."