Grupos de manifestantes saíram às ruas de cidades do sul do Peru - Arequipa, Tacna e Puno - em apoio ao grupo armado ultranacionalista Movimento Etnocacerista, que tomou uma delegacia de Andahuaylas, no sudeste do país.
As manifestações são realizadas por integrantes do grupo liderado pelo major reformado do Exército, que comanda a operação rebelde na delegacia de Antauro Humala desde a noite de Ano Novo. Quatro policiais morreram e sete pessoas ficaram feridas.
Aposentados, jovens e professores participam das manifestações e gritam frases contra o governo do presidente Alejandro Toledo. Uma das manifestações é realizada em Ilave, no departamento de Puno, na fronteira com a Bolívia, cidade que ganhou os noticiários quando um grupo de índios aymaras linchou o prefeito Cirilo Robles, acusado de corrupção.
Em Arequipa, segunda cidade do Peru, cerca de 300 pessoas fizeram uma manifestação na praça principal em apoio aos rebeldes, enquanto em Tacha, na fronteira com o Chile, outro grupo parecido saiu às ruas para apoiar Antauro Humala, segundo os noticiários. Em algumas paredes destas cidades havia inscrições a favor de Humala e de sua exigência de que Toledo renuncie à presidência.
O presidente peruano, por sua vez, disse neste domingo que o governo vai atuar "pulso firme e sem concessões" diante da tomada da delegacia em Andahuaylas.
- Democracia sim, mas pulso firme, forte e sem concessões para aqueles que tomam instalações públicas, que matam e fazem reféns; isso meu governo não vai permitir - disse à imprensa depois de visitar policiais que ficaram feridos no ataque à delegacia.
Toledo afirmou que, de acordo com um decreto do governo em que declarou estado de emergência na região, a solução do problema está agora nas mãos de profissionais.