Às vésperas da primeira reunião entre os primeiros-ministros Ariel Sharon e Amhued Qorea (Abu Alá), o Partido Trabalhista israelense anunciou um novo plano de paz com os palestinos, elevando para cinco as iniciativas neste sentido, sem contar a que estaria sendo elaborada pelo próprio premier de Israel.
Quatro destes projetos, começando pelo plano do Quarteto de Madri, o "Mapa de Caminho", incluem a criação de um Estado palestino ao lado de Israel. Apenas o plano dos colonos israelenses exclui a medida.
Dirigentes do Conselho de Assentamentos de Judéia e Samaria (Cisjordânia) e da Faixa de Gaza falam de um "plano político" que defende uma divisão dos palestinos em áreas autônomas representadas no Parlamento israelense, mas sob um regime que garantiria sempre a maioria judaica na Câmara Legislativa.
Israel teria soberania na Cisjordânia e o reino da Jordânia se transformaria em Estado palestino da monarquia do país. Os 2,5 milhões de palestinos da Cisjordânia seriam seus cidadãos, embora habitando Israel, que anexaria este território de 5.400 quilômetros e imporia ali sua soberania.
Os de Gaza, separada da Cisjordânia pelo território israelense, se estenderiam territorialmente até a localidade de Arish, no deserto egípcio de Sinai, segundo a proposta dos colonos.
Sharon, que no passado se manifestou a favor de um Estado palestino limitado, despertou suspeitas entre os colonos e seus aliados da direita ao anunciar dias atrás que está disposto a adotar "medidas unilaterais", não esclarecidas até o momento, a fim de impulsionar o processo de paz com os palestinos.
A imprensa local interpretou estas medidas como a evacuação de assentamentos de Gaza e da Cisjordânia e uma retirada do Exército israelense das cidades palestinas atualmente sob seu controle.
Um dos que favorecem a solução de dois Estados soberanos e a divisão de Jerusalém é a "Iniciativa de Genebra", um acordo não oficial negociado em particular por políticos e intelectuais de ambos os povos e que hoje conta com o apoio de mais de 50 por cento dos israelenses e dos palestinos.
A profusão de iniciativas de paz vem à tona às vésperas da primeira conferência entre Sharon e o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Abu Alá, que fontes israelenses anunciam para a próxima semana.
Outro plano de paz é o proposto pelo ex-chefe dos Serviços Secretos de Israel, Ami Ayalon, e pelo professor palestino Sari Nuseibe, quase idêntico ao de Genebra, embora não inclua o direito de retorno dos refugiados e preveja uma troca de territórios.
O acordo de Genebra, rejeitado por Sharon e adotado com reservas pela ANP, será assinado na próxima segunda-feira na Suíça, promotora das negociações, e contará com o apoio do ex-presidente americano Jimmy Carter, Prêmio Nobel da Paz.
A iniciativa aprovada pelo Conselho Político do Partido Trabalhista, presidido pelo veterano Shimon Peres, prevê a entrega aos palestinos de todos os territórios conquistados por Israel na guerra de 1967 em Gaza e na Cisjordânia.
Os assentamentos judaicos mais populosos não serão desocupados, segundo as propostas da "Iniciativa de Genebra" e dos trabalhistas, que também sugerem a negociação de uma troca de territórios.
O "Mapa de Caminho", que prevê a criação de um Estado palestino em 2005, deixa Israel e a ANP negociarem suas futuras fronteiras, o destino dos refugiados e a soberania em Jerusalém.
Atualmente na oposição, os trabalhistas não aceitam o retorno dos refugiados palestinos que perderam suas casas e terras nas guerras de 1948 e 1967 e são favoráveis à cerca de segurança que está sendo construída pelo Governo de Sharon, mas não em terras palestinas e sim sobre a "linha verde", o limite com a Cisjordânia.
Admitir o retorno dos refugiados e seus descendentes, dizem, "inundaria demograficamente" Israel, com 6,5 milhões de habitantes, dos quais 20 por cento são