As alterações também incluem a inserção da teoria política de Xi na Constituição; algo que já foi adicionado ao estatuto do partido comunista em outubro no final de um congresso.
Por Redação, com agências internacionais - de Pequim
A Assembléia Geral do Partido Comunista Chinês (PCCh) aprovou, neste domingo, a permanência no poder do líder Xi Jinping por quantos mandatos forem necessários para que ele conduza o país nas reformas em curso. Assim, a China elimina, na prática, todos os limites para o mandato presidencial da sua Constituição, conferindo ao presidente Xi o direito de permanecer no cargo, indefinidamente. Os deputados comunistas confirmam, doravante, o seu status de líder mais poderoso do país desde que Mao Zedong morreu, há mais de 40 anos.
O Partido Comunista no governo da China anunciou a proposta de alteração apenas no mês passado. Mas, em nenhum momento, houve dúvidas de que seria aprovada. A maioria do Parlamento é integrada por membros leais ao partido; e eles nunca não se opuseram à proposta.
As alterações também incluem a inserção da teoria política de Xi na Constituição; algo que já foi adicionado ao estatuto do partido em outubro no final de um congresso. Trata-se de uma façanha que nenhum outro líder desde Mao Tse Tung havia conseguido enquanto estava no cargo. Além disso, foram incluídas cláusulas para dar um suporte legal a um novo super departamento anticorrupção.
Apenas dois votos “não” foram emitidos, com três abstenções, entre quase 3 mil deputados.
Líder estável
Os repórteres foram levados por um breve período ao Grande Salão do Povo, enquanto os deputados preenchiam suas cédulas, e puderam assistir os deputados depositando os votos, um por um, em grandes urnas vermelhas ao redor da sala.
Xi Jinping foi primeiro a votar, no pódio na frente do salão; seguido pelos outros seis membros da elite do comitê permanente do partido, que administra a China. A salão explodiu em aplausos quando o resultado da votação foi aprovado, mas Xi não discursou no parlamento.
O limite de dois mandatos presidenciais de cinco anos foi incluído na Constituição da China em 1982; após seis anos da morte de Mao, por Deng Xiaoping. Ele percebeu, naquele momento, os perigos de um governo por um só homem e do culto da personalidade após o caos da Revolução Cultural. Em consequência, adotou a liderança coletiva. O momento atual, no entanto, demanda uma liderança estável e perene, segundo acordaram os deputados.
Futuro brilhante
Falando mais tarde a repórteres, Shen Chunyao, presidente da Comissão Permanente dos Assuntos Legislativos do Comitê Permanente do Parlamento, rejeitou as preocupações de que a alteração poderia arriscar um retorno à regra do homem forte; ou levar a turbulências políticas ou lutas internas.
— Quanto aos pressupostos, conjecturas e situações contidas na sua pergunta, acho que isso não existe. Nas últimas nove décadas da história do partido, ele superou dificuldades e resolveu grandes problemas; incluindo transições de liderança com ordem, mantendo a vitalidade do partido e do país e a estabilidade a longo prazo — disse Shen.
E encerrou:
— Nos quase 40 anos de reforma e abertura, estabelecemos, sustentamos e ampliamos o caminho de desenvolvimento político do socialismo com características chinesas. Então, seguindo em frente, a estrada em que estamos definitivamente será mais longa e mais larga, e o futuro mais e mais brilhante.