Rio de Janeiro, 21 de Janeiro de 2025

Parentes de condenados à morte fazem apelos dramáticos à Indonésia

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Domingo, 26 de Abril de 2015 às 13:34, por: CdB
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Procuradoria Geral afirma que fuzilamento de dez condenados à morte por tráfico de drogas, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, pode não acontecer neste mês
Parentes de condenados no corredor da morte na Indonésia fizeram apelos emocionais por misericórdia neste domingo, somando suas vozes às de governos estrangeiros e das Nações Unidas. A Indonésia informou que serão executados em uma questão de dias, possivelmente já na terça-feira um grupo de condenados por tráfico de drogas de países como o Brasil, Gana, Nigéria, Filipinas e Austrália. Os pedidos de clemência foram dirigidos ao presidente Joko Widodo, cuja determinação em lidar duramente com esses crimes ganhou apoio popular em seu país, que retomou as execuções em 2013 depois de um hiato de cinco anos. Seis execuções já foram realizadas neste ano. O gabinete do procurador-geral disse que os avisos de que eles iriam enfrentar um pelotão de fuzilamento após 72 horas foram entregues a sete condenados na ilha-prisão de Nusakambangan, apesar de apelos por clemência de última hora pelo governo australiano e outros. – Meu cliente acaba de receber uma carta de notificação de que, em 72 horas, haverá uma execução. Não há nenhuma data específica para a execução, mas as famílias vão ter prazo para visitar Nusakambangan até terça-feira 14 horas. Isso pode significar que será realizada mais tarde na terça-feira, provavelmente, à noite ou depois da meia-noite – disse no sábado Utomo Karim, advogado do condenado nigeriano, acrescentando que outros seis presos também foram informados de que a contagem regressiva para a execução tinha começado. A ministra das Relações Internacionais australiana, Julie Bishop, disse que a Indonésia tinha notificado seu governo de que a execução dos dois australianos seria "agendada em breve". Uma suspensão temporária da pena foi concedida ao cidadão francês Serge Atlaoui, que não estará na próxima rodada de execuções, disse um funcionário da embaixada francesa, no sábado. Não ficou claro o motivo do adiamento da sua execução. Rodrigo Gularte A defesa de Rodrigo Gularte, condenado à pena de morte na Indonésia, tentará um último recurso para evitar a execução do brasileiro. Seus advogados farão um novo pedido na próxima segunda-feira, véspera da execução, contestando a sentença. A tentativa se baseia na avaliação médica do brasileiro, cujo laudo ainda não foi divulgado pelas autoridades indonésias. Ele teria esquizofrenia e as leis do país asiáticos proíbem a condenação à morte de réus com problemas mentais. No entanto, a imprensa da Indonésia afirma que todos os recursos do brasileiro e de outros oito, de um grupo de 10 condenados à morte e que estariam em vias de serem executados, já foram esgotados. Apenas um não é estrangeiro, justamente o que ainda pode contestar a sentença. Recentemente, a Indonésia adiou a execução dos prisioneiros por conta da presença de autoridades estrangeiras para o Congresso Ásia-África, que se encerrou nesta sexta-feira. No entanto, os embaixadores dos países cujos cidadãos estão no grupo foram convocados para uma reunião no sábado (25) e a lei indonésia prevê que os representantes diplomáticos devem ser avisados do cumprimento da pena de morte com ao menos 72h de antecedência. França faz ameaça à Indonésia em caso de execução de cidadão francês Rodrigo Gularte foi preso em julho de 2004, quando tentou entrar na Indonésia com uma prancha de surfe recheada de cocaína. A justiça local decretou sua pena no ano seguinte. Caso seja executado, ele será o segundo brasileiro morto no país este ano. O primeiro foi Marco Archer Cardoso Moreira, fuzilado em janeiro junto com outros cinco presos. A condenação capital de estrangeiros tem gerado protestos de muitos países. O Brasil e a Noruega chamaram de volta seus embaixadores em fevereiro. A presidenta Dilma Rousseff negou temporariamente as credenciais do novo embaixador indonésio. Ao mesmo tempo, os governos da França e da Austrália destacaram que as relações com Jacarta ficarão comprometidas caso seus cidadãos sejam executados. O presidente indonésio, Joko Widodo, assumiu em 2014 fazendo do combate ao tráfico internacional de drogas uma bandeira. Ele negou clemência aos condenados à morte.
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