Os responsáveis pela morte do estudante Reginaldo Martins Prado Júnior, de 24 anos, e pelo seqüestro de seu irmão, Fabrício Martins Prado, ainda não fizeram qualquer contato com a polícia ou com a família dos jovens. Porém, a polícia de Uberaba, no Triângulo Mineiro, já tem os retratos falados dos dois homens que teriam invadido a república dos estudantes na quinta-feira.
O principal suspeito é um primo de Reginaldo Martins Prado, pai dos estudantes. As investigações estão sendo feitas em Minas e no interior da Bahia, onde moram os familiares dos estudantes.
De acordo com o delegado Wagner Caldeira, que está em Candiba, na Bahia, acompanhando as investigações, a polícia trabalha com algumas hipóteses, mas a principal delas é de que um primo do pai dos estudantes, que é prefeito de Candiba e possui negócios em Guanambi, cidade vizinha, teria se desentendido com Reginaldo Martins Prado e, para se vingar, cometeu os crimes.
-Existem alguns suspeitos que estão sendo investigados. Mas ainda não podemos revelar nomes, para não atrapalhar as investigações. O que posso dizer é que estamos analisando as possibilidades, a partir do envolvimento dos próprios familiares- informou o delegado responsável pelo caso.
Para auxiliar nas investigações, uma equipe do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), de Belo Horizonte, está em Uberaba.
O desentendimento com o primo, que está desaparecido, teria surgido após o prefeito detectar desfalques financeiros na contabilidade de suas empresas. O parente era funcionário do empresário e, de acordo com a polícia, seria o responsável pelo crime.
O acusado dos desfalques foi demitido e teria se mudado para a cidade de Osasco, na Grande São Paulo, onde passou a integrar uma quadrilha que agia na região. Em seguida, teria retornado a Guanambi, quando assaltou a residência do prefeito, levando cerca de R$ 3 milhões.
O corpo de Reginaldo Martins Prado Júnior foi sepultado na sexta-feira, pela manhã, em Guanambi, no cemitério Santo Antônio. Já Fabrício Martins Prado, irmão de Reginaldo, que se mudou para Uberaba para estudar, continua desaparecido.
Além dos retratos falados e do suspeito, a polícia encontrou os dois carros usados na fuga - um em Uberaba e outro em Araxá. No veículo abandonado, em Araxá, foi encontrada munição para revólver calibre 45, igual ao que matou o estudante de direito.