O papa Bento XVI recebeu o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nesta quinta-feira e mostrou-se preocupado com uma série de supostas ameaças à liberdade religiosa no país latino-americano, majoritariamente católico, segundo o Vaticano.
Chávez, que realiza visita de dois dias a Roma, ficou durante cerca de 35 minutos no gabinete particular do papa Bento XVI.
Um porta-voz do Vaticano afirmou que, durante a audiência, o pontífice entregou ao presidente esquerdista uma carta contendo "os motivos da preocupação da Igreja" com a situação na Venezuela.
Um comunicado divulgado um pouco mais tarde dizia que, durante o encontro, o líder católico reafirmou o direito do Vaticano de nomear bispos livremente e deu destaque ao que considera ser uma ameaça à liberdade religiosa na Universidade Santa Rosa, na Venezuela.
Hugo Chávez, um político socialista aliado de Cuba, mantém uma relação desconfortável com a direção da Igreja Católica em seu país desde que subiu ao poder, em 1999, com a promessa de combater a pobreza.
No encontro, segundo o Vaticano, o papa citou sua preocupação com o fato de as aulas de religião estarem sendo tiradas das escolas venezuelanas e destacou a necessidade de meios de comunicação religiosos terem garantida sua liberdade de expressão.
O pontífice também afirmou ao presidente venezuelano que os programas de saúde publica do país latino-americano deveriam respeitar "o direito à vida desde seu início", uma referência ao aborto.
Chávez garantiu a Bento XVI que as atuais desavenças entre seu governo e a Igreja seriam superadas, "respeitando-se os direitos legítimos de todos", afirmou o comunicado do Vaticano.