O papa Francisco já chegou até mesmo a escrever um pequeno livro sobre a corrupção quando ele ainda era o arcebispo de Buenos Aires.
Por Redação, com Ansa - de Roma
O Vaticano está estudando elaborar uma nova doutrina que excomungaria os católicos que estiveram associados com a máfia e a corrupção.
A Santa Sé já realizou a primeira conferência da sua história sobre a luta contra a corrupção e o crime organizado. Promotores, bispos, vítimas de violência e funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) participaram.
O Vaticano disse, em um comunicado neste sábado, que é necessário desenvolver uma nova doutrina jurídica da Igreja Católica. A legislação poderá prever a "excomunhão por corrupção e associação com a máfia".
Entretanto, o desenvolvimento de uma doutrina em torno desse conceito seria um novo passo para o Vaticano.
Mal da época
O papa Francisco já chegou até mesmo a escrever um pequeno livro sobre a corrupção. Na época, ele ainda era o arcebispo de Buenos Aires. Em 2014, durante uma visita a um dos baluartes da máfia italiana, Francisco disse aos mafiosos que eles foram excomungados.
A corrupção é o mal da nossa época, que se alimenta de aparência e aceitação social, afirma o papa. Ele acrescenta que o crime se desenvolve como medida da ação moral e pode consumir a partir de dentro. Em uma atitude de "mundanidade espiritual", quando não "esclerose do coração", até mesmo na própria Igreja.
"E se para o pecado existe perdão, para a corrupção, não. Por isso, a corrupção precisa ser curada". Esta é a crítica, mordaz e impiedosa que emerge de algumas páginas escritas em 2005 por Jorge Mario Bergoglio, ainda na capital argentina. O livro é intitulado A cura da corrupção, publicado pela primeira vez em italiano (Editora Missionária Italiana).