O governo da presidente do Panamá, Mireya Moscoso, ordenou nesta segunda-feira "a retirada imediata" de seu embaixador em Havana, após as autoridades cubanas denunciarem, no fim de semana, que a chefe do Executivo panamenho apoiaria setores extremistas anticubanos em Miami, Flórida (EUA), enquanto estaria dispostas a libertar terroristas nascidos em Cuba, que cumprem pena em prisões naquele país. A denúncia recai sobre Luis Posada Carriles e três cúmplices que planejaram um atentado contra a vida do premiê cubano, Fidel Castro, quanto visitava o Istmo para assistir à reunião de cúpula dos países Iberoamericanos, em novembro de 2000. Eles foram presos e após um longo processo, cercado de obstáculos, foram condenados em 2004 a penas de oito e sete anos de cadeia, respectivamente.
Duas notas oficiais do governo cubano, na última semana, advertiram que Moscoso estava cedendo às demandas de setores anticastristas extremistas em Miami, para liberar os indivíduos, pouco antes do fim de seu mandato presidencial. Os prisioneiros são apontados como experientes terroristas contra Cuba. Moscoso declarou, nesta segunda-feira, que considera as acusações de Havana como "uma intromissão" nos assuntos internos de seu país. Ela informou que pediu a seu chanceler que retire da capital cubana o embaixador Abraham Bárcenas do cargo que ocupa em Havana. Sem embargo, ela declarou o rompimento das relações diplomáticas com a Ilha.
A presidente concordou que estuda a liberação dos réus ao afirmar que não tomou "ainda a decisão de conceder o indulto a nenhum panamenho ou estrangeiro. A hora de fazê-lo só deverá ser conhecida, no entanto, pelas pessoas indultadas e os panamenhos", afirmou.
Os outros acusados de atentados terroristas, presos junto com Carriles são Gaspar Jiménez, Guillermo Novo e Pedro Remón.