Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Palocci não comparece à reunião do CDES

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Sexta, 12 de Março de 2004 às 00:22, por: CdB

Vários fatores levaram o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a não comparecer à reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, e que teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o governo pretendia deixar o brilho da festa para o ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, e não ofuscar o debate sobre a política industrial. Mas Palocci pretendeu também evitar o debate sobre a política econômica que comanda e não ouvir críticas a ela.

A decisão de não ir à reunião teve o apoio do presidente Lula, mas muitos convidados estranharam a ausência porque pretendiam cobrar do Ministério da Fazenda iniciativas complementares à política industrial. Sem Palocci, o presidente Lula decidiu 'blindar' a política econômica, quando fez um discurso firme justificando desde o cumprimento as metas de inflação até as taxas de juros - pontos fundamentais da política de Palocci.

O discurso de Lula, preparado desde a véspera, seria uma espécie de 'vacina' para evitar maiores críticas à política econômica e conduzir o debate para o assunto do dia - a política industrial.

O presidente disse que ouve as críticas sobre as taxas de juros como se fossem 'o bode expiatório' de todo o problema do governo ou de todo o país, mas lembrou que, mesmo muito altas, elas são as mais baixas dos últimos dez anos.

- Todo mundo reconhece, do mais simples mortal brasileiro ao mais importante dirigente do país, todo mundo reconhece que as taxas de juros reais ainda são elevadas se comparada a outros países. Mas para a taxa de juros ser baixa é preciso que o país tenha solidez e tenha credibilidade - disse o presidente, em defesa da política de Palocci e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central.

O presidente disse ainda em sua 'blindagem' da política econômica que o Brasil quer cumprir a meta de inflação de 5,5%, ou um pouco mais, porém, sem se afastar do objetivo. Ele disse que se permitir 1% a mais pode levar a 7%, 8% ou 9%.

- Ou seja, nós poderemos até ter 1% a mais de inflação se não tivermos competência de cumprir aquilo que nós mesmos determinamos. É que nem criança que vai para a escola. A criança sabe que, para estar tranqüila, ela tem que tirar 9, 10, todo mês, para chegar no meio do ano e saber que vai passar. Mas tem criança que sabe o seguinte: o mínimo é 5, essa é a média e ele não estuda para ter mais que 5 nunca. Está sempre na rebarba. Ou seja, chega no final do ano fica para recuperação. Nós não queremos ficar para recuperação, nós queremos controlar a inflação, porque a inflação é a base que pode garantir aos trabalhadores brasileiros não terem prejuízos já nos seus baixos salários. Possivelmente iremos conseguir isso se continuarmos com a serenidade e com a seriedade com que precisamos levar a política econômica brasileira - afirmou.

Na noite de terça-feira, em reunião com Jacques Wagner, presidente do Conselho, e Furlan, o ministro Antonio Palocci falou, pela primeira vez, que não pretendia ir à reunião do CDES. Ele chegou a argumentar que pretendia organizar uma reunião marcada para esta sexta-feira na Petrobras e uma viagem que fará ao exterior.

Depois da reunião do CDES, a avaliação feita no Palácio do Planalto era de que as mais fortes críticas à política econômica de Palocci partiram de antigos parceiros - sindicalistas e representantes de ONGs e das universidades.

O presidente da CUT, Luiz Marinho, por exemplo, disse que era preciso acelerar o processo de redução das taxas de juros e que o governo precisava lançar mão de outros instrumentos para controlar a inflação e levar o país ao crescimento econômico.

- O presidente Lula fez aqui uma pregação da política econômica, mas, por mais que o país cresça com essa política não vai gerar os empregos que o país precisa - afirmou.

Antonino Marmo Trevisan, que integrou a equipe da campanha de Lula, reclamou da alíquota da Cofins e Jurema Werneck, rep

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