Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Palma de Ouro vai para Michael Moore

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Sábado, 22 de Maio de 2004 às 12:38, por: CdB

O polêmico documentário de Michael Moore "Fahrenheit 9/11" recebeu a Palma de Ouro, prêmio de melhor filme no Festival de Cinema de Cannes, no sábado.

A atriz chinesa Maggie Cheung ganhou o prêmio de melhor atriz por seu papel em "Clean", do diretor Olivier Assayas, sobre uma mãe que tenta largar as drogas e se reconciliar com seu filho.

O ator mirim japonês Yagira Yuuya ficou com o prêmio de melhor ator por seu papel no longa-metragem "Nobody Knows", de Hirokazu Kore-eda, sobre quatro crianças que são abandonadas pela mãe.

Fahrenheit 9/11, apresenta uma crítica contundente às políticas do presidente dos EUA, George W. Bush, no Iraque e na luta contra o terror. O filme, de cortes rápidos, é o trabalho de um diretor cuja preocupação em criticar Bush transparece em cada quadro.

Dois anos atrás, Moore lançou o documentário "Tiros em Columbine", no qual atacava o lobby pró-armas dos EUA. A produção conquistou as manchetes do Festival de Cannes, arrecadou 120 milhões de dólares em todo o mundo e rendeu-lhe um Oscar.

"Fahrenheit 9/11" já havia sido alvo de um furor nos meios de comunicação de todo o mundo depois de a Walt Disney Co. ter barrado a Miramax, unidade de filmes da empresa, de lançar uma obra tão politicamente polarizada em um ano de eleições no país.

A produção concentra-se em avaliar como os norte-americanos e a Casa Branca responderam aos ataques de 11 de setembro de 2001 e traça ligações entre a família Bush e as famílias ricas da Arábia Saudita, entre as quais a de Osama bin Laden.

A tela fica escura. Ouve-se o barulho dos aviões colidindo com as Torres Gêmeas do World Trade Center (em Nova York). Depois, o lamento das vítimas é contrastado com Bush sentado, aparentemente impassível, por nove minutos em uma sala de aula da Flórida depois de ter ouvido a notícia sobre os ataques.

Em Washington, o diretor sai atrás de deputados e senadores nas ruas. "Não há muitos congressistas com filhos lá (no Iraque). Na verdade, há apenas um. Talvez vocês devessem ter enviado seus filhos primeiro", diz antes de perguntar: "O que você acha dessa idéia?"

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