Palestina não negocia antes que Israel levante bloqueio ao país
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Sexta, 22 de Agosto de 2014 às 10:52, por: CdB
Os palestinos não aceitarão nada menos do que o fim do bloqueio israelense na Faixa de Gaza, afirmou em um comunicado o vice-chefe da liderança política do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Ismael Hanie.
O líder do Hamas também enfatizou que os palestinos continuam a sua luta contra o regime de Tel Aviv para conseguir o fim do bloqueio israelense em Gaza, o que causa sérios problemas estruturais para o povo palestino.
Ao comentar a morte dos três comandantes do Hamas por conta das investidas israelenses ele reiterou que o assassinato desses três líderes só faz com que a resistência fique ainda mais forte.
O regime israelense lançou no início desta quinta-feira um ataque aéreo contra um edifício residencial em Rafah, no sul de Gaza, que matou pelo menos sete pessoas, incluindo três quadros superiores da Al-Qassam Ezzeddin braço militar do Hamas.
O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirmou que “ Israel cometeu um grande "grande crime e que o governo israelense vai pagar um alto preço pelos assassinatos" .
Com 45 dias de bombardeios do exército do regime israelense contra a Faixa de Gaza, pelo menos 2.086 palestinos, incluindo mais de 541 crianças, foram mortos e 10.370 foram feridos. De acordo com os dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), 84% das vítimas são civis.
'Traidores'
Nesta manhã, militantes do Hamas mataram sete palestinos suspeitos de colaborar com Israel em uma execução pública em praça no centro da Cidade de Gaza, disseram testemunhas e a página do Hamas na Internet.
As vítimas, com as cabeças cobertas e mãos amarradas, foram mortas por atiradores mascarados vestidos de preto diante de uma multidão de muçulmanos que deixavam uma mesquita após a realização de preces, disseram o Al-Majd, site do Hamas, e testemunhas.
Outras 11 pessoas suspeitas de colaborar com Israel foram mortas por atiradores em uma delegacia abandonada em Gaza também nesta sexta, disseram autoridades de segurança do Hamas.
A "resistência", termo usado para designar os grupos armados que lutam contra Israel em Gaza, reforçou a "luta no terreno contra a colaboração com o inimigo que comete assassinatos", afirma o site Majd. Segundo o portal, que cita sem dar nomes um dirigente da segurança em Gaza, a "resistência" realizou as execuções depois de "um procedimento judicial".
— Todos os colaboracionistas serão julgados por tribunais revolucionários e receberão as penas previstas para este delito — afirmou esta fonte, referindo-se aos tribunais secretos criados pelos movimentos palestinos em Gaza.
Segundo a legislação palestina, os colaboradores, os assassinos e os traficantes de droga podem ser condenados à pena de morte.
Teoricamente, as execuções devem ser aprovadas pelo presidente palestino Mahmud Abbas, que dirige a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) com a qual o Hamas assinou recentemente um acordo de reconciliação. Na prática, o Hamas é encarregado do tema.
Síria
O Exército dos Estados Unidos não fizeram nenhum bombardeio ou qualquer outra operação militar no território da Síria, garantiu o ministro da Informação sírio, Omran al-Zoubi, nesta quinta-feira, durante uma entrevista para o canal de notícias libanesa Al-Mayadeen.
- Também gostaria de deixar claro que o exército sírio total capacidade e experiência suficiente para resolver os problemas locais - disse.
A declaração ocorreu porque o Pentágono havia afirmado, na quarta-feira, que as forças norte-americanas realizaram operações militares dentro do território sírio para libertar reféns em poder do grupo conhecido como Estado Islâmico que tem ocupado partes da Síria e do Iraque.
Al-Zoubi disse ainda que "ninguém no mundo pode acusar a Síria de terrorismo porque o país tem sido sempre uma parte fundamental em todas as questões relativas à paz e à segurança internacionais."
O Ocidente, com os Estados Unidos na liderança, acusou repetidamente o presidente sírio, Bashar al-Asad, de não tendo legitimidade para liderar o país árabe e lutar contra os grupos terroristas.
O ministro da Informação sírio observou que a posição de seu país contra o terrorismo sempre foi clara. Damasco "não vai fechar a porta para a cooperação, para combater os grupos extremistas financiados por alguns países estrangeiros que operam de forma organizada por quase três anos por aqui”.
O governo sírio acusa EUA e outros países ocidentais e regionais, incluindo a Arábia Saudita, de fornecer apoio financeiro, logístico e armas para os grupos terroristas que combatem o governo da Síria.
Mais de 191 mil pessoas morreram por conta da crise que ocorre na Síria desde meados de março de 2011, apontou nesta sexta-feira a ONU.
Segundo o levantamento das Nações Unidas, a estimativa é de que 191.369 pessoas perderam a vida até abril deste ano. A ONU culpou a "paralisia internacional" em relação à síria pelo número expressivo de mortes no país. Na avaliação da entidade, a comunidade mundial deveria ter tido uma postura mais participativa na tentativa de evitar a tragédia.