Um grupo de países em desenvolvimento sinalizou na quinta-feira (quarta-feira no Brasil) disposição de ser flexível em algumas questões-chave em um esforço de reanimar as negociações comerciais globais.
Ministros do Comércio dos Países Menos Desenvolvidos, composto por algumas das nações mais pobres do mundo como Angola e Zâmbia, reafirmaram sua posição em alguns pontos importantes durante uma reunião no Senegal, mas deixaram a porta aberta para eventuais compromissos com os países ricos.
Em sua declaração final, aprovada após dois dias de discussões, os ministros pediram aos países ricos planos claros de ação sobre os subsídios dados aos produtores de algodão, um dos principais fatores que atrapalham as negociações.
"Continuamos abertos e flexíveis a maneiras e abordagens que possam resolver os vários aspectos dessa questão e esperamos, dos países referentes, propostas concretas para resolver com urgência os problemas levantados" diz a declaração.
O algodão é uma das quatro áreas onde a Organização Mundial do Comércio (OMC) está tentando alcançar acordos até o final de julho em um esforço para retomar as negociações sobre comércio mundial que fracassaram no final do ano passado em uma reunião ministerial em Cáncun, México.
Quatro países africanos - Benin, Mali, Chade e Burkina Faso - onde 10 milhões de pessoas vivem da cultura do algodão, estão liderando uma campanha para que os países ricos, incluindo os Estados Unidos, parem de pagar subsídios aos seus produtores sob a alegação de que eles são ilegais e distorcem o mercado.
Eles têm insistido que as negociações sobre o comércio de algodão sejam feitas separadamente das negociações gerais sobre agricultura, conforme defende Washington. Seus ministros, no entanto, já indicaram que podem mudar essa postura caso as nações ricas decidam tratar o algodão como prioridade nas negociações agrícolas.