Países discutem divisão do rio Nilo

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Publicado segunda-feira, 8 de março de 2004 as 11:27, por: CdB

Os dez Estados contemplados pelas águas do Nilo se reúnem em Kampala para discutir o futuro da divisão do rio, informaram hoje porta-vozes da organização Iniciativa da Bacia do Nilo, que promove o encontro. Um tratado de 1929 proibia obras no curso do Nilo que pudessem reduzir o caudal que chega ao Egito, país que depende do rio por ser praticamente sua única fonte de abastecimento de água.

Por isso, as tentativas de outros países de tirar mais proveito do rio seriam consideradas pelos egípcios quase uma “declaração de guerra”. Enquanto para o Quênia o tratado – entre Egito e Reino Unido – deveria ser revisto, a Tanzânia já está construindo um encanamento para água potável, e a Etiópia planeja usar a água do Nilo para irrigação. Apesar das diferenças, o diretor da iniciativa, Maraji Msuya, considera muito positivo o fato de os dez países “se sentarem ao redor da mesa, para negociar um novo enfoque, que beneficie todos os recursos produzidos pelo Nilo”.

O rio mais longo do mundo nasce em Burundi, no rio Kagera, que desagua no lago Victoria, para precipitar-se mais tarde no lago Alberto e, a partir dali, percorre o Sudão com o nome de “Nilo Branco”. Em Cartum, capital do Sudão, o “Nilo Branco” recebe o “Nilo Azul”, que vem da Etiópia e, já com o nome de Nilo ou Grande Nilo, cruza todo o Egito e desemboca no Mediterrâneo. Em seu curso para o norte, suas águas são partilhadas, em maior ou menor grau, por Burundi, Ruanda, República Democrática do Congo, Tanzânia, Quênia, Uganda, o Sudão, Etiópia, Eritréia e Egito.