Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Os primeiros franceses se vão

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Quinta, 30 de Janeiro de 2003 às 17:44, por: CdB

Cerca de 250 crianças e mulheres francesas deixaram a Costa do Marfim em aviões fretados, no momento em que um acordo de paz entre governo e rebeldes parece estar à beira do colapso. Cerca de 20 mil franceses moram na Costa do Marfim, onde houve quatro dias de protestos contra franceses. A França pediu a implementação do acordo e disse estar pronta para retirar em massa seus cidadãos do país. Os partidários do presidente Laurent Gbagbo acusam os franceses de tê-lo forçado a assinar um acordo de divisão de poder com os rebeldes que controlam o norte do país, de maioria muçulmana. Os rebeldes afirmam que o acordo lhes dá direito de apontar os ministros da Defesa e do Interior, mas isso não está claro no texto oficial. O Exército e dois outros ministros condenaram o acordo e pediram a renegociação. Férias antecipadas Gbagbo ainda não fez o discurso em que prometeu explicar ao país a razão que o levou a aceitar o acordo. O correspondente da BBC em Abidjan, Tom McKinley, disse que o presidente não tem muita opção, a não ser quebrar a promessa e rejeitar o plano de reconciliação. Mas a decisão não deve ser bem aceita pela França. A Air France suspendeu os vôos de e para Abidjan depois dos protestos. Assim, as companhias francesas que operam na Costa do Marfim tiveram de fretar aviões para retirar as famílias dos funcionários do país. As escolas francesas anteciparam em duas semanas as férias desta época, por causa da tensão. Cerca de 2.500 soldados franceses estão monitorando o cessar-fogo. "Inacreditável" Um dos conselheiros de Gbagbo também criticou o acordo. "É inacreditável que o governo francês imponha um acordo neste país", disse Abdon Bayeto ao programa Network Africa, da BBC. Ele também alertou aos rebeldes que não tentem violar o cessar-fogo. "Nós reconhecemos que os franceses, como força amortecedora, impediram o progresso dos rebeldes. Mas não subestime nosso Exército. Nós éramos mal equipados, mas agora o Exército está pronto para lutar", disse Bayeto.

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