A ONU informou que não enviará observadores para supervisionar as eleições presidenciais de 2 de novembro nos EUA, como havia pedido um grupo de legisladores democratas.
Treze legisladores democratas, liderados pela representante pelo Estado do Texas, Eddie Bernice Johnson, pediram em carta ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que designasse observadores para "assegurar eleições livres e justas nos EUA".
No entanto, a ONU, que confirmou ter recebido o pedido, alegou que não tinha autoridade para atuar quando os pedidos provêm de legisladores e não de governantes.
"A política e a prática é que as Nações Unidas respondem aos pedidos de governos nacionais e não de seu poder legislativo", declarou a porta-voz, Maria Okabe.
Ela explicou também que o envio de missões de observação deve ser aprovado pelos 191 países da Assembléia Geral, da qual os EUA fazem parte, e esta supervisão poderia ser considerada "uma ingerência na soberania de um país".
O grupo de legisladores alega na carta à ONU que a solicitação faz parte da necessidade de evitar que os cidadãos dos EUA passem por um "pesadelo" como a apuração de votos na Flórida nas últimas eleições presidenciais, em 2000.
A Flórida foi fundamental nas controvertidas eleições gerais de novembro de 2000 ao dar a vitória ao atual presidente, George W. Bush, sobre o candidato democrata Al Gore.
Bush chegou à Casa Branca graças à decisão do Supremo Tribunal de Justiça que rejeitou uma recontagem manual dos votos no Estado da Flórida, o que lhe garantiu os 537 sufrágios necessários no Colégio Eleitoral para ganhar a presidência.