A Organização das Nações Unidas (ONU) disse na terça-feira que teve de intervir na Costa do Marfim para evitar que emissoras de rádio e tevês do país divulguem mensagens de ódio contra franceses e outros estrangeiros.
- Mensagens e ódio deram lugar a chamados para o retorno ao trabalho ... - disse o porta-voz da ONU Fred Eckhard.
- Rádios e tevês nacionais têm colocado no ar mensagens pacificadoras significativamente diferentes no conteúdo e tom em relação àquelas que têm sido ouvidas ultimamente - disse Eckhard a repórteres.
Um especialista da ONU em prevenção de genocídio fez um apelo às autoridades do país na segunda-feira para que condenem pronunciamentos que incitem o ódio. Pediu ainda que se ponha um fim na disseminação dessas mensagens nos meios de comunicação estatais, similares às divulgadas na Ruanda e que ajudaram a levar ao genocídio, de 1994, no qual 800 mil pessoas foram massacradas em 100 dias.
Juan Mendez, um assessor especial do secretário-geral Kofi Annan, disse que ele estava particularmente preocupado por relatos de mensagens de ódio estimulando ataques de militantes armados contra estrangeiros.
A Costa do Marfim viu-se tomada pela violência desde que os rebeldes assumiram o controle do norte do país, dois anos atrás. Mais de 10 mil soldados de uma força de paz estrangeira estão atualmente no país africano para impedir novos confrontos entre os dois lados.